01 dezembro 2011

Imensidão


Imensidão



Enquanto quebra os espaços
o eco preenche a mente
e divide o sim e o não
no sorrisos partidos, descrença...


Que na mente floresce, busca luz
na escuridão, cria de suas decisões
no outro alguém busca culpa, em sí penitência
e na cegueira, o dilúvio


Do caminho que não acredita,
se fazer de entendido, ser ambivalente
que nega e mente, quando sozinho está
sorriso que jaz ouro em crença senil


Sem querer mais a história contar
some em sí, acreditando no silêncio
encontrar, o que no outro nunca desejou...
derrota, mais um vez, derrotado por sí só



Magno Pinheiro

14 novembro 2011

Quebradiço


Quebradiço 


O enforcado sem corda, desperta
na noite da palavra esquecida
buscando a mímica dos condenados
a mão que pesa na tentativa de reanimar


O coração em torpor, o fantasma do amanhã
que reprime a partida do som, em seu litoral,
peito sem vibração, som sem esquecimento
o corpo que já foi forte


No repetir da história, o tempo empilhado
em fotos que se evaporam, faz o sonho sonhar
no inverso sentido, da nova conquista
onde a chama contorna as pegadas, faça sumir


O que sangra na partida, o silêncioso andarilho
que chama o olhar das palavras impressas,
que busca a iris dominadora, a impressão digital da alma
ligeira, com o senso de ouro, a certeza de estar


Buscando por quem a busca...
no sentimento
que se pode tocar,
aonde está você ?


Magno Pinheiro

10 novembro 2011

Positivo/Negativo


Positivo/Negativo


A sobrevivência do suspiro,
as inúmeras palavras que sumiram,
o que houve com o abraço
que outro dia imaginei nascendo em você ?


A sombra da ávore, a barreira
de dois sorrisos, se escondendo,
risos até onde se pode escutar,
uma volta até o encontro


Do fragmento passado, 
um sofá onde guardastes o teu calor
a silhueta estampada, seu exterior
o que se valia, o que se fez viver...


No formato de cada nuvem, memórias
que se faz provocar, dúvidas...
as formas se afastam, o que acontece ?
o vento que sopra, vejo o anjo partir...


Junto ao sol que se punha, 
no momento em que existiu,
a imperfeição vivendo em ordem,
no nome que dela me fez


Um pouco mais feliz.



Magno Pinheiro

07 novembro 2011

Convite


Convite



Apenas pare de pensar,
a sua mente poderia fugir
das ilusórias e estranhas barreiras,
correntes feitas de olhos perdidos


Que vagueiam, se encaixam no nada,
e se pudessem, soprariam para longe
essa névoa pesada, tamanha criatividade...
névoa que vaga com o nome de imaginação


Puro reduto, estranhos acontecimentos,
me desculpe perguntar, mas...que horas são ?
sentir aquele passo tremer o chão,
e se levantar com a poeira, desses sonhos alados


Convidativos...onde está a saida ? pare...
dois minutos...o tempo passa,
e se faz necessário para alcançar
o coração, motriz desesperada, rítmica


Que enxerga o ontem sempre de maneira real
e esquece que só agora exala verdade,
bata, bata e bata...não, não seja violenta...
bombeie, sim, bombeie esse rubro doce que te alimenta


E que isso não te faça trincar os dentes 
me desculpe perguntar, mas...qual é o seu nome ?
na carta, a sua assinatura se foi, os olhos se fecharam
e às 3 da manhã a sua voz não ecoou mais,
para longe voou, se deixou levar, sono...


...


Me convido a te encontrar,
fecho os olhos e imagino...
mudo, me esqueço como falar
suspiro...e volto...


Uma vez mais,
Onde está você ?



Magno Pinheiro

02 novembro 2011

Artesanato

Artesanato



Sobre o sopro de um amanhã,
se anunciou o último a saber
tal novidade arraigada em desejos
que fez das palavras um reflexo do irreal


De cantigas de roda balançadas ao vento,
das dobras que não existem em esquinas,
o conforto no morno tempero, cálido encanto
onde elas podem se esgueirar...tão risonhas


Hoje se balançam, na mirra que queima
nas imagens que se deixam levar,
na miragem dos sentimentos
do sentir e não tocar, irreais


Das mãos e braços cansados,
que já rogaram pelo descanso
antes mesmo de se levantarem...
nunca serão o medo, desconhecidas


E perto do sorriso, a cor do sol,
das moças cor de palha, uma antiga história
que em um outro tempo existiu, hoje fugitivas...
que carregam na pele vestida de palidez, um sentido...


O tato que toca com saudade,
o toque do seu criador...




Magno Pinheiro

25 outubro 2011

Emaranhado

Emaranhado


Existe um emaranhado de estrelas
que não faz parte do meu céu,
sua beleza me atrai, mas afastado continuo
sabendo que só ao longe posso ficar, choro...


Choro e reflito desejo em cada lágrima
que imita o contínuo brilho desse céu
em um  jogo de imagens aquosas, me consolo...
és o mais perto que posso estar, mas mesmo assim choro...


E quando me dou conta, em cada pingo que foi doado ao solo
fez-se um reflexo, um novo emaranhado, perto do meu colo
querendo me ganhar, me buscando pelo tato
sem querer ser sal em sabor, apenas tato


Onde os meus olhos se encontraram
embebidos em um novo sentido,
maravilhados em um enredado celeste...
me ví então, preso, quando a felicidade mais perto


Dos meus olhos, pode chegar...


Magno Pinheiro

18 outubro 2011

Abraços

Abraços



Eu quero abraçar a sua alma
Ser o seu gentil e amado acolhedor
Quebrar a barreira do som e me fingir de morto
Quando sair do seu lado for a primeira opção

Enterrar qualquer lágrima e colher qualquer carinho,
Se no teu colo o meu rosto se aprumar,
Te carregar pela brisa e espalhar o seu perfume,
Me esconder no escuro e na luz ao teu lado me encontrar

Escutar no silêncio o teu melhor dito,
Em teus olhos, palavras com cores
Que regem o presente, na ordem as vejo
Me instigam, me refletem, são o silêncio com som

Da queda inexistente, a altura sem vogais,
O eterno e melódico sim que me entregas
Gentilmente em cada sorriso transparente, por me aceitar
E ao se aceitar no momento onde dois corações se chamam...

No abraçar das almas.


Magno Pinheiro

13 outubro 2011

Se tudo dependesse de um sorriso


Se tudo dependesse de um sorriso


Venho a dizer que o seu sorriso é a motriz desse mundo,
um campo onde flores desabrocham livres, sem o medo do oposto.
E que do alvo ao amarelo tempo, ainda és o belo convite
de onde surgem divinas idéias que pairam por tua existência.

Por vezes, não o vejo, pois se escondes, mas ainda assim te busco
quando me deixas solitário sem a tua saudosa aparição.
Não, não faças isso ! Fique aqui, aonde os meus olhos podem te tocar,
entre a beleza e a fascinação, não te escondas mais, fique aqui !

Perto do meu carinho, do meu egoísmo, Ah ! Eu não queria dizer...
Mas sou sim ! Sou egoísta, porque é dentro desse paralelo
que encontro metade do meu ser, a verdade que altera o sentido da distância
A completa vivência no prazer em outro alguém.

Em outro alguém,
que agora carrega,
o seu sorriso,
o seu nome.



Magno Pinheiro

16 setembro 2011

Como se quis acreditar

Como se quis acreditar


A inocência carrega
As feridas do inesperado
Em histórias particulares
Uma vez contadas pelo coração


Em chamas, fogueira que se alimenta
com o sentir de outrora, do agora
como em um relógio com o seu próprio tempo
em sua onomatopéia dançante, marcante


Faz o todo ser apenas um
único instante, sobrepujando
a realidade, o pedaço que parte
e se faz ontem, delicada inocência...


Onde por vezes, nem o mais tenro
carinho oblíqua, o desabrochar
do momento, o caminho quebrado
do desacreditar, jovem demais


Quando não se pode acreditar
em tudo que se vê
mesmo sendo álibi da estupidez
vestida de inocência, que nunca foi inocente


Como se quis acreditar...


Magno Pinheiro

11 setembro 2011

Fonia


Fonia


A expressão que corre o rosto
a virgem vertigem, o sorriso equilibrista
a silenciosa escolha, o fogo que deixa de brilhar


Veja a estrada correr, em sua extensão
e os passos que já não acompanham mais
velocidade, sinto lhe informar


O que já desapareceu, nunca foi tão certo,
os sons do sopro matinal, sol interior
sonham em crescer, reinam em sí mesmo


E dizem !


Siga em frente, marche soldado
de nome feroz, fronte de mármore
lábios selados, ordene não saber


Quantas mordidas não feriram
a carne em seu sabor, marcada
pela cor que já habitava por lá


Em um oceano de palavras, 
descrever a minha perdição
é se embebedar com a mudez,


Quando te provar se faz
necessário, meu dia de liberdade,
em teus braços, ganhar outra expressão


No som do seu gosto...
Suspiro...
Um profundo suspiro...


Fonia...


Magno Pinheiro

08 setembro 2011

Do sabor


Do sabor


Mentiras cor de vinho
acariciam a sua garganta
doce que degustas facilmente
que apaga o amargo duvidoso de outrora


Aos meus ouvidos chegaram, contando histórias
mostrando seus adornos, em um aperolado sorriso
maquiando a conversa em tom descontraído


Solando as notas com vigor, em um único sopro
alegria, e em um único devaneio, tristeza
confusão inebriante, irônia recusada


Onde está o sentido ? Meus cinco sentidos
também querem saber, Por onde escapas ?
Furtiva realidade, aonde podemos nos encontrar ?


Incendeiem suas piras, afastem o enxame da escuridão
que zumbindo incomodam os olhos, cegam os ouvidos
farejam as mãos com o seu espaço inerte, apalpam as narinas com o vazio


A quietude...
A quietude se aproxima...
Teu gosto...teu gosto me consome...
Rasga-me o peito e me contorce por dentro


...


E tudo isso porque...
Tudo isso porque,
Eu deixei acariciar meus lábios,
com a cor de vinho, doce que foi, outrora 


Em meu ser...



Magno Pinheiro

Diga a ela...

Diga a ela...

Diga a ela, quando a vir
que os meus braços não são
os braços que a abraçam.


Diga a ela, que o sonho que um dia sonhei
é o mesmo que ainda está aportado
nas vias de seu coração.


Diga a ela, que a história que virou conto
sobrevive sem a intenção de virar lenda
quando o que se sente arde além do que as chamas
podem oferecer.


Diga a ela, que a minha palavra ainda é dela
que os calafrios que hoje sinto, nascem da ausência do seu toque
e que se meu coração hoje sofre, sofre sem culpa
murmura suas batidas que chegam de mansinho aos ouvidos curiosos,
sem culpa, e que mesmo sofrendo ainda lhe pede...


Diga a ela, quando a vir, que mesmo sofrendo
o que de melhor em mim tiver,
dela sempre será.


Magno Pinheiro


20 agosto 2011

Morena

Morena


Morena, com os lábios cor de flor,
que se esconde dos meus olhos, véu de mistério
Passa e só o perfume deixa, rastro do único,
paraíso que se distancia...nos teus braços quero estar

Mas ainda sim, sonhando na beirada na cama...estou
Porque na sua realidade não consigo estar ?
A calma que se aloja em um tempo futuro
Longe de mim ainda quer se encontrar

Não brinque comigo !
Ampulheta que comanda o invisível...
Derrame tua areia e faça a espera se encurtar,
Sopre para longe essa tortura, com as palavras do presente

Regendo a certeza de não virar mais um sonho,
assim que em minha cama despertar, encarando,
o persistente passado que de minha consorte se fantasia
dona sem rosto, sem sombra e calor, do não imaginar...

Até o próximo sol raiar,
Morena...


Magno Pinheiro

27 julho 2011

Entregue-se

Na tentativa de entrar na promoção pra ganhar ingressos pro Rock In Rio, eu escrevi essa letra pra ver se ganho...agora é ver se vai dar certo ! =)


Entregue-se


Entregue o seu coração só pra mim
Faça do sonho um amor quase sem fim
E que me faça valer o coração
Criado junto a ti, paixão...

E vem dizer perto de mim |
Entregue o amor, se entregue só pra mim | 2x

Formei no céu seu coração, um sonho a mais
Que te mostro nesse som, ouvido teu escute aqui
Que nos versos que canto,
Nem as nuvens irão querer partir

E vem dizer perto de mim |
Entregue o amor, se entregue só pra mim | 2x

Vem, de mansinho vem...
Vem cá, Vem cá...
Amar meu coração
Vem, de mansinho vem...
Vem cá, Vem cá...
Descobrir o meu coração...



Magno Pinheiro

20 junho 2011

A Carta que não foi dela: Em teus olhos

A Carta que não foi dela: Em teus olhos


O que me diz com os teus olhos ?
O que esconde com palavras dessa vez ?
Deixe-me abraçar o paraíso que expressas
Nesse sorriso esmeralda que ostentas

Não os fite em outro olhar, deixe-me te buscar
Adentrar no teu corpo, através de sua alma
Toque feminino de menina com sorriso de criança
Riso garantido, riso fácil, me aponte o sim

Com cada palavra que desejas falar, de maneira
desmedida, querer dizer, sem se desviar
Deixe-me morar em tua boca, não me esconda teus lábios
Teus lábios me chamam silenciosamente, sussuram o meu nome

Vem, te digo, me chama, me faça dar liberdade aos pensamentos
Já não os desejo mais, te quero no meu universo
Real e puro, alvo como a tua pele
Me chama para ser teu amado, teu querido

Me chama...


Magno Pinheiro



10 junho 2011

Soldadinho de Chumbo

Soldadinho de Chumbo

O Soldado marcha, com a sua fronte orgulhosa, ritmada, imponente, mas ainda assim sorridente, porque hoje a sua cor em forma de mulher irá encontrar, Violeta é o nome dela, o seu não secreto e perfumado amor.

Pelos campos agora passa a marchar, onde outras cores encontra, mas mesmo assim a sua marcha não diminui, não descompassa, pois ainda não encontrou a cor que dentro do seu peito está a morar !

Seu olhar que antes mirava o céu, céu esse que mostrava o celeste azul que aos poucos se transformava no azul entardecer, lhe fazia lembrar a cor da sua amada de tom elevado, do tom do sentimento amor.

- Guia-me ! Guia-me ! (exclamava o soldado olhando para o sol que minuto a minuto se preparava para se pôr no horizonte). Hoje a minha dama em meus braços estará ! Guia-me, reflexo do meu sorriso, guia-me !

E assim, seguindo o seu sorriso flamejado que agora se vestia com um tom alaranjado, o seu destino encontrou, depois de dez mil passos dados, o seu sentido foi agraciado, um perfume sutil passava a enfeitar o ar, sua presença, a metade do seu tudo ! Era ela, sim, era ela ! A cor do sentimento amor, Violeta, que estava a aguardar a chegada do seu amado soldado, de fronte orgulhosa, de passo ritmado, de presença imponente, e sorridente. Agora nenhuma distância aos dois poderia atrapalhar, o que era metade, agora era o todo e de maneira apaixonada ambos puderam se olhar e em um abraço acolhedor ambos se aconchegaram e deixaram para a noite o resto da história contar.

Magno Pinheiro

09 junho 2011

O Vazio

O Vazio

“O vazio pode ter a sua cor, mas dentro do infinito onde procurar ?”

Posso me perguntar mais uma vez ?

Sou abraçado por todos os lados e mesmo que me cobrindo com o linho desse lençol que afasta o frio, ainda te acho junto ao meu colo...não implorando por atenção, mas sendo somente o que é...vazio...imparcial...

E quando a minha visão para fora eu coloco, em espanto me encontro, pois mais uma vez você está lá, por todos os cantos...vazio...imparcial...

E no passar das horas os meus olhos se cansam e assim lentamente os fecho, mas surpreso mais uma vez fico quando percebo que mais uma vez lá você está...vazio... imparcial...

- O que fazer para de ti escapar, o quê ?
- Cansado...estou tão cansado...acho que dessa peleja não posso ganhar...

Então mais uma vez fecho os meus olhos, estão tão cansados que com nada mais me importo, abraço o vazio, eu agora estou imparcial...

SUSTO !

Me levanto no susto !

- Quantas horas se passaram ? Por quê tudo ainda está vazio ?

Mas espere...nesse vazio tem cor...pelas minhas pálpebras algo deseja entrar, mas porque não consigo ver ?
Minhas mãos encontram o meu rosto e logo percebo o motivo de tanta privação...eram os meus olhos que ainda estavam aprisionados no vício das horas, na escuridão. Lentamente os abro para não me assustar e meu dou conta de que toda aquela cor que eu buscava sempre esteve lá, eu só precisava ser paciente e para a minha janela na hora certa olhar.


Magno Pinheiro

27 maio 2011

A lenda do Jovem Poeta e a Lua

A lenda do Jovem Poeta e a Lua


Dizem que a história da criação da Lua nasceu no coração de um jovem poeta que só de longe sabia amar. Ele contava que o seu maior pecado era fingir o amor pela doce e bela, porém, distante donzela que somente com os olhos podia tocar. Sua paixão era platônica, não que não pudesse diretamente se pronunciar mas o seu brilho, puro reflexo da alma, o impedia de se aproximar e assim se declarar. Foi então que uma decisão decidiu tomar. No pano preto que consigo guardava, pequenos furos decidiu criar e o pendurou bem no alto, acreditando que só assim a sua amada metade longe de outros pretendentes iria ficar. Uma carta lhe enviou, e mesmo sem o remetente, lhe explicou que o seu destino era se destacar e que no pano preto chamado de noite era o melhor lugar para se estar. A doce e bela donzela aceitou sem pestanejar, mas de imediato duas perguntas começaram a lhe assombrar : Quem lhe mandara a carta e sendo destaque como passaria a se chamar ?

Pelo pano preto ela escalou e lá do alto do pano preto foi reinar, mas com medo e solitária, lágrimas passou a derramar e cada gota que dos seus olhos escorria, preenchiam os furos que a noite carregava e diversos pontos luminosos passaram a se formar. Todas piscavam alegres e logo a bela jovem, sozinha não mais iria ficar. A alegria que ela sentiu era tanta que aquele lugar ela passou a chamar de lar.

De lá de baixo o poeta a olhava e a sua atenção tentava chamar, gesticulava e gesticulava e nada da doce e bela donzela o notar, até que resolveu unir todas as suas forças e em uma única frase gritou : “Lua, eu te amo !”

O esforço do Jovem Poeta foi tanto que a Bela Jovem o olhou e sorrindo perguntou : "Quem é essa Lua e quem é você, jovem encantador ?" Mas o que a Bela Donzela não sabia é que Lua era o nome pelo qual o Jovem Poeta a chamava em seus sonhos quando por perto dela não podia estar.

O Jovem Poeta exausto, por tanto esforço ter feito para se declarar, de qualquer maneira ao chão se entregou e sorrindo em seu último suspiro falou : “Belo nome Jovem Donzela, meu segredo revelo e a partir de agora, Lua deverá se chamar.” E assim os olhos do jovem poeta lentamente se fecharam e a Bela Donzela, mais uma vez lágrimas começou a derramar, e do céu desceram como estrelas cadentes na tentativa do seu amado tocar.

De luto pela perda do seu amado sonhador, de Lua agora passou a se chamar, e para que o seu criador não se esquecer, de preto da noite uma vez por mês se veste, cor que o Jovem Poeta, conheceu pela ausência do toque da sua amada que por todo esse tempo sempre esteve em destaque no seu olhar.


Fim.



Magno Pinheiro

21 maio 2011

Vento

Vento


É o vento que sopra
delírio disforme, beijo da natureza
que lhe cobre cada canto
e acaricia cada curva que te dá identidade.

Te prova com elegância, e transforma o pano
que carregas em uma bailarina
que ovaciona o teu corpo em cada movimento
e o amado calor que carregas, te aproxima.

Te aproxima mais e te leva pra perto do coração
vento que soprou o desejo, que de longe enviei
para a ti, por perto ter, depois de tudo o que desejei
vento, sopra ela para mim, para mais perto ficar.

Do dono desse sopro
de quem pode ser o verdadeiro
amante do teu coração.



Magno Pinheiro

15 maio 2011

Efêmero

Efêmero


No escuro, mãos que se entrelaçam
Atravessam as cores ocultas aos olhos,
Sentido que é sentido por teu corpo

No eterno benfazejo, elejo tua companhia
Como a carícia que sustenta o paraíso
Que contracena com o prazer em um único ato

Onde as cortinas não se fecham, e nem esboçam
Desejo contrário ao teu encanto angelical
Dona minha, que feitiço a mais a tua existência me traz ?

Questiono o celeste campo, onde semeei
Com o brilho que trazias, a tua marca
A qual batizei de estrelas, eternas...

Que permanecerão mesmo que o sol não me ilumine
Que me lembrarão que mesmo ao longe ainda posso
De tocar, mesmo que com os meus olhos, ávidos de ti


Ávidos...de ti


Magno Pinheiro

13 maio 2011

Falta Inspiração


Quando os olhos de cada palavra se fecham
Imitam a solidão, que não tardia se expressa
Ao longo das horas, e que de longe vem saudar

A falta que a tua companhia faz, caminha
Tão leve, sente os passos partirem
Em cada pegada que deixa, em minha mente

Vejo que a sua procura é a minha
Nos reencontrar, saudosas palavras
Que ao tempo o tempo dá

Tortuando caminhos, procurando insistentemente
A falta que a tua companhia me faz
Seja pela noite que brilha em tom de lua

Que traz consigo o pedaço oculto do resplandecer
Do outro lado, onde brilhas agora, distante
Mas que mesmo assim me indicas que por perto

Ainda desejas estar.


Magno Pinheiro

24 abril 2011

O dono do teu ser

O dono do teu ser


Dê me um sinal de que tudo pode mudar
Meu silêncio ensurdecedor, constrangedor
Me guia a um purgatorio, memórias...

Quando os sentidos se confundem
Todo o resto parece esmaecer,
Pedir a mão e não sentir o calor

Transformar o quadro em um milagre
Pintar o rosto, com cores de um sorriso
Cores pálidas, habitantes dos sonhos

Da realidade que se esquiva
E que ao longe faz refletir, um olhar
O verdadeiro desejo, longe, tão longe

Mas dê...

Dê um sinal de que tudo pode mudar
Se encontre longe da noite que tende a acabar
Com o desejo do dia, em que os corpos podem se tocar

E então deixar o sorriso
Ser o dono do teu ser...


Magno Pinheiro

11 abril 2011

Com o nome dela

Com o nome dela


Mocinha, do sorriso de quem só quer
Doar teu colo, teu romance, carinho,
E que se encontra em peleja

Confusa e a vagar, por desejar
Secretamente os mais profundos suspiros
Sorrisos endereçados, olhares tão seus

Em Busca interminável, queres namorar
Ser namorada, se espelhar em outro olhar
Respirar o encanto do fogo e paixão

Mas cega, cega está, com peito vibrante
Disposta a se perder, se entre o teu beijo
Uma nova luz se fizer, resposta

Que hoje só se encontra...

Na verdade, que vai se revelar...

Com o nome dela...


Magno Pinheiro

08 abril 2011

De olhos fechados

De olhos fechados


Pode estar assim, perto da solidão,
E buscar no alto dos olhos
O céu que nunca se perdeu

Encantar as nuvens, descer pelas estrelas
Formar um canto a mais no paraíso
Escrever estórias desse passear

Se entregar ao orvalho, no verde do chão
Correr pela imaginação e voltar pra perto...
Do sonho, noite de onde parti, saudade...

De acordar ao lado de quem me faria
Viver, o encanto da realidade
Uma vez mais, um coração que bate

E por ti chama...

De olhos fechados...

Saudade...



Magno Pinheiro

07 abril 2011

Estranha saudade

Estranha saudade


Voltar, faz voltar a ver,
O sol também pode ser azul
Uma linha a desenhar
Teus caprichos cor de luz

Um verão a mais, sentir
O som do amanhã, estrela
Que ilumina a hora vespertina
A noite também pode sentir

E dizer que chora, chora
Mas que adora sentir
Pintar o rosto com o incolor
Por fora, e por dentro paixão

Sopra do teu peito afora,
Teu lindo gorjear, canta
Canta em teu verso
O que por dentro ainda espera

O que não se consome, um nome
Desejo de romance vindouro
Mas que no teu peito hoje só,
Vibra como a saudade

No teu peito, só...

Um estranho, saudade...


Magno Pinheiro

05 abril 2011

Ciranda

Ciranda


Conversar com o interior das pessoas não é uma tarefa fácil. Logo logo, você se depara com a verdade que o portador acredita ser pura e única. Você se depara com um traçado imaginário que gera contentamento/descontentamento, um reflexo puro, puramente egoísta, o limiar do sorriso plástico, a perfeita aceitação onde o certo seria agradar a sí, em uma ciranda imatura, simples, e longe da complexidade do opressivo mundo exterior. Seres de rodeios, dando voltas e voltas em suas crenças, até o momento em que a rejeição/náusea leva os seres a vomitarem palavras aos algozes que não conseguem atingir a perfeição, como a verdade pura e única...!

Onde está a verdade ? Onde está a esperança, onde está...?

Deixe-me procurar no bolso que guarda em seu interior...


Magno Pinheiro

01 abril 2011

Senhor do Tempo

Senhor do tempo


Por mais que se espere
Que os olhos enxerguem
O encanto que disse não,
Os sonhos sempre se formam

E mentem como a noite
Que esconde as formas
Nublam o teu sentido mais nobre
Os olhos cegos do coração

Em uma leitura em relevo
De toque simples, sentimento,
Fluem por tuas veias
O amor que hoje diz não

Que transgredi a plenitude do tempo
Como em um sorriso singelo,
Prazer enregelado, profundo azul
Um suspiro a mais, um divisor...

Um manto marcado com números,
De razões diversas para acreditar
Que o tempo se enganou ao mostrar
Que hoje, irias despertar de teu sonho

E por mais que se pode esperar...
O dono do tempo se negou, negou...
E os ponteiros sempre sinceros, indicaram
O tempo certo, verdadeiro despertar...


Magno Pinheiro

30 março 2011

Melatonina

Melatonina


Dormindo por tanto tempo
no escuro quarto da mente
Veja a luz que o desperta
Tudo era tão pálido,

Ó Sonhador...

Por que fizesse o tempo ser assim ?
Os olhos fechados cansaram de sí ?
Cinza e negro, carbono enfeitiçado
Ao léu te encontra

Cansado Sonhador...

Ela disse em seus sonhos
Palavras mudas, nulo é o som
Plainavam em forma de flechas
Miravam a realidade

Ó Sonhador...

Que tudo claro deixava
Sem sombras explícitas,
Agora, mergulha no doce,
Sopras no presente o que já foi cego

Quando fostes o cansado sonhador...


Magno Pinheiro

27 março 2011

Febre II

Febre II


Corpos se entrelaçam
Não há dor, vício mundano
Labaredas em suas janelas
Reflexos insanos, intensos

Corpos febris, marcados,
Marcas de calor, sol interno,
Entregues às cinzas do amanhã
Fênix dourada, despertar

Incenso que queima, exala...
Em tua pele, perfume inebriante
Vício sem limites, adrenalina
Selvagem, extremos

Sonho sem regras,
Do despertar sem sono
Do puro desejo policromo
Nos sentidos exacerbados

Do corpo com molde de água,
Onde cristalinas gotas percorrem
O teu corpo, a deslizar...
Entre o respirar, o suspirar

...


Suspiro
Desejo
Entrega
Alívio


Magno Pinheiro

28 fevereiro 2011

Já te perguntaram alguma vez qual é o papel do poeta ?


Eu já me fiz essa pergunta e por muitas vezes pensei que saberia responder, mas as palavras iam e vinham como em uma coreografia desconhecida, me mostravam que a direita poderia nem ao menos ser a direita e que ser o direito era algo completamente de direita !

Se o mundo poderia responder essa pergunta ? ...Claro, assumindo que o mundo em que eu vivo, ou melhor dizendo, o planeta Terra, tivesse tal capacidade, acredito que o que os olhos poderiam captar, nas palavras elas acabariam criando gosto, sabores embebecidos para cada palavra pronunciada, isso é claro, se o mundo pudesse falar.

Seria até mais fácil buscar essa resposta na simplicidade das coisas, veja por exemplo as nuvens, elas sempre buscam de maneira delicada se inspirar nas sombras que criam em sua passagem pelo anil do céu, e bem de mansinho se transformam do algodoado branco no acizentado cor de pedra, de onde volta e meia derramam pela mesma terra a qual caprichosamente pedem emprestada a cor, o sabor do céu, chuva.

O forte sentimento seria capaz de responder ? Imaginem os apaixonados que retiram do ar o néctar em cada suspiro, que fazem dos olhos, faróis perdidos ao mundo real, e que em cada sonho que virou realidade, transpiram uma nova realidade, de sopro valente que empurra para longe a distância da solidão e que em outro alguém faz dos atos uma nova maneira de falar.

...


Inquieto e ainda curioso me pergunto, qual é o papel do poeta ? Se a sua volta o mundo que ele busca também ruge dentro de seu peito, onde vive de maneira platônica idéias e sentimentos. Quem melhor pode imitar o mundo senão o poeta imitando cada nuvem, sentimento, cada direção, cada mundo onde somente se vê o seu querer ?

Poeta...me responda...

Magno Pinheiro

05 fevereiro 2011

Perfume

Perfume



Não gostaria de dizer
Que o silêncio é o teu encanto
A maneira que me faz sentir
Não se esconde com o selar dos seus lábios

Tua ausência, teu mundo que treme
Abala o aconchego que busco
Em tua pele, que perde o gracejo
Quando não te vejo voltando para mim

Dormência, a que carrego em meus braços
Não sinto mais a temperatura que antes
Foi responsável pelo sorriso que nascia
Em cada poro de meu corpo, solidão

O que me mostra e o que desejas ?
Apenas sinto o inverno confuso
E o vento que corta a cada investida
A quantas estações estou de você ?

Me faça escutar, me faça enxergar
O que não vejo, senão a insegurança
Que ancorada em meu peito se faz cruel
Me ensine uma vez mais a respirar

O perfume que nós dois sentiamos
Ao nos tocar, a essência do sorriso
Sincero, entregue ao peito
Como presente tirado do infinito

Me ensine...



Magno Pinheiro

31 janeiro 2011

Nebuloso

Nebuloso


Sou a nebulosidade que te habita
A imagem sem som que persiste
Em te procurar nos cantos dos olhos
Nos olhos que buscam um outro alguém

Que cansados, se fecharam,
E imitaram as nuvens, onde
Cada memória em que habitou
Se transformou no presente passado

Na distância penosa, no reconhecer
Que todo o sonho, foi ilusão
Que se deixou levar, pela brisa
Da insensatez de um tolo querer

De construir um castelo
Onde cartas rogam fragilidade,
Números são repetidos, caos
O repentino fim agoniado

Respiro...
Busco o ar...
Respiro...
Suspiro...

E finalmente aceito...

Que no meu peito
o peso foi nebuloso.


Magno Pinheiro

22 janeiro 2011

Descanso

Descanso


O azul que delicamente sustenta o céu
O negro pálido que assombra a sombra
O vazio que sustenta a solidão
Colunas de mármore se esguiam ao alto

Verdejantes pastos que cortejam o solo
Como um acetinado veio de marfim
Pintam idéias que sussuram o surreal
O assombro inevitável, palavras

Por onde rastejam os pés,
Raizes que se esgueiram no profundo
Asas que adornam a leveza
Gentil beleza, poder contemplar

Com olhos fechados, a fitar
Direções, velocidade, intensidade
O que vejo, senão órbitas sonâmbulas
Em voltas, ao onírico centro do meu ser

Descanso.


Magno Pinheiro

07 janeiro 2011

Rouxinol

Rouxinol


Tal qual belo canto
Se espalha pelo noturno ar
Canto vindo do teu corpo
Rouxinol da cor de pele

Que encanta os ouvidos
Que emparelhados buscam a fonte
De tamanha riqueza e detalhes
Boca que aveluda o honroso prazer

De escutar bela voz, proclamando
Aos céus tamanha sintonia
Que emerge de teus lábios
Que afugentam a distonia errante

Que antes pairava no rude mundo
E que agora se faz mais belo
Ao tom angelical vindo de tua voz
Sopro do divino ser em forma de mulher

Que delicamente desceu dos céus
E tocou o meu corpo, como em uma busca,
A busca pelo ninho, o caminho certo
De onde te peço para não partir.

E agora te peço..

Venha, venha para mais perto, sussure tuas notas
Em meu ouvido e me hipnotize bem de perto
Transborde o desejo revigorante do seu alento
E me preencha com o afago q
ue reside em teus lábios.

Meu Rouxinol


Magno Pinheiro