Nebuloso
Sou a nebulosidade que te habita
A imagem sem som que persiste
Em te procurar nos cantos dos olhos
Nos olhos que buscam um outro alguém
Que cansados, se fecharam,
E imitaram as nuvens, onde
Cada memória em que habitou
Se transformou no presente passado
Na distância penosa, no reconhecer
Que todo o sonho, foi ilusão
Que se deixou levar, pela brisa
Da insensatez de um tolo querer
De construir um castelo
Onde cartas rogam fragilidade,
Números são repetidos, caos
O repentino fim agoniado
Respiro...
Busco o ar...
Respiro...
Suspiro...
E finalmente aceito...
Que no meu peito
o peso foi nebuloso.
Magno Pinheiro