27 agosto 2010

Duas Vidas

Duas Vidas


Um caminho a dois
Mãos lado a lado
Toque sem medo
Somos noite e dia...

Sombras, névoa que habita
Pensamentos cruzados
Linhas que cortam
A irreal serenidade

Onde habitam os olhos
Que não podem ver
Carregam o peso do agora,
Pálpebras, véu do meu céu

Que ignora, estranhos,
Olhares que não pertecem
Ao desejo mais íntimo
Sintonia alada,que por tí

Dasse a pulsar, vívido
Rubro ardor incandescente
Que em meio aos meus braços
Fez morada, metade...

Do agora, do ar que possuo
Que uso para o teu nome chamar
De declamar em linhas, sem segredos
O intenso querer...

De afastar, o que em sonhos
ainda habita
O onírico veraneio celestial
A distância de duas vidas.



Magno Pinheiro

25 agosto 2010

Cor de Madeira

Cor de Madeira


Saudade, de deslizar as minhas mãos
Ao longo do teu corpo, provocar gemidos
Em diferentes tons, te fazer sussurar
Te fazer gritar, comandando tua vontade

Relaxando, tensionando, buscando
Em cada volta, mexer com tudo aquilo
Que te faz vibrar, pele da cor da pele
Pele da cor de madeira

Onde reconheço o teu contorno,
Tua cintura, por onde passo
Os meus braços, sabendo te envolver
Te chamando de minha, minha pequena

E que me faz te procurar, mais,
Uma vez mais, ao te despir
Da ausência do meu toque
Que te completa...

Saudade...


Magno Pinheiro

22 agosto 2010

Beijo

Beijo


Figura divina, de tua boca
Verte o sabor, ambrosia
Me deleito em teus lábios,
Que sede dá, que sede mata

E que de maneira sutil
Se convida, se aproxima
Cortando o silêncio
Provocando o silêncio

Manipula o meu falar
Minha língua, meu ardor
Sopra vida em meus pulmões
Respirar, ausência de fôlego

Me faz te sentir
Me provoca o sentir
Me guia pelo o que
Também desejas

O Fogo sem chamas

Beijo


Magno Pinheiro

Paralelo

Paralelo



Me encontro no paralelo
Do infinito querer
Serpenteando por idéias
Que remetem a dois

Lados distintos, cantos distantes
Onde no mesmo céu, estrelas
Entregam desejos, tracejando
No imaginário o amanhã

Tempo em que nossos braços
Datariam a união de um querer
De um único desejar
Onde dois, desde sempre foram um

Na ansiedade do querer
Na vontade de se concretizar
Em uma única voz decidida,
Dizer o que por ti sinto

Desejo...



Magno Pinheiro

03 agosto 2010

Mar de Lençóis

Mar de Lençóis


Ouvido, teu corpo interno
Caminho por onde adentro com minhas
Carícias, palavras que te veneram
Que passeiam pelo teu corpo

Fazendo tua pele se eriçar
Me guiando à nova maneira
De ler o teu desejo, meu nome
Em tua pele me leio

Palavras silenciosas
Que ecoam pelo teu corpo
Me ensinando a passear
Com minhas mãos, pelo teu querer

Me atraem, magnetismo latente
E fazem o teu corpo buscar
Pelo meu, busca me ler
Marcar com o seu desejo, teu nome

E te encosta, reclina no meu corpo
Sente desejo de passar o calor
Que por cada poro emana
Sabes como aumentar a temperatura

Que no próprio corpo não consegue
Conter, fricciona, faz do troca
De corpos uma nova fonte, faíscas
Início de incêndio, incontrolável

No desejo de descobrir
De controlar, de descontrolar
De burlar a sanidade, no alterar
Suor, sonhos, realidade.

Nesse mar de lençóis
Nos dois corpos a repousar
Sou o teu navegador, e tu,
És minha ilha de prazeres

Meu ninho,
meu caminho
Meu libidinoso
Paraíso


Magno Pinheiro

02 agosto 2010

Se encontrar

Se encontrar


As cores do amanhã
Em cada pedaço desse sol
Preenchem o vazio
Se elevam no amanhã

Aquecendo o canto
Onde nada mudava
Onde somente uma voz ecoava
No mesmo pedido

Se encontrar,
No outro alguém
Agora eu compreendo
A razão, no escutar

As batidas uma vez solitárias
Batizadas com o teu nome
Buscando o suspiro
Que as sustentava

Não são tardias, não...
Nem o clamor em tua voz
Que do outro lado
Procurava pelo teu pedaço

Teu recanto de infinitas
Sensações, teu verdadeiro
Desejo, agora nesse chão
Noites sem segurança...

Nunca mais, no abraço conter
O que só de longe deve existir
Solidão nunca mais, minha alegria
Nos teus braços encontrar

Pedaço do eterno paraíso
Nas cores do amanhã
Ao teu lado vivendo o momento
Em cada amanhã

Eternamente ao teu lado...



Magno Pinheiro