23 setembro 2009

Uma versão diferente

Uma versão diferente


Todo dia é uma versão diferente do ontem
Vozes não se repetem, como se pode pensar
Pensamentos pensam em se repetir,
Mas não se repetem, mesmo tentando pensar

E as opiniões, reflexos vazios
Espelhos turvos, mal fabricados
Distorcem o que se deseja enxergar
Mas o que enxergar no breu de um falar...?

Viver em meio ao próprio vazio
Apreciar um quadro sem cores
Desenhos que no imaginário podem se criar
Sempre no desejo de ver, aquilo o que mais agradar

Tremulando, reverberando, desafinando
Em frente ao espectador, um discurso
Palavras recolhidas, tentando se concretizar
Nas linhas repletas de negações, não escute...

No querer dizer, sem poder realmente dizer
Um esconderijo de palavras, feche os olhos
Não me veja sumir, sabes aonde me encontrar
No aguarde infindável, na dúvida vil

Nesse esconderijo, que mesmo sabendo,
Que o meu mundo poderia parar
Imortalizaria esse sorriso, se no peito
Eu descobrisse, que o que eu desejo...

É uma versão diferente para cada amanhã.


Magno Pinheiro

01 setembro 2009

O Silêncio faz o corpo falar

O Silêncio faz o corpo falar


O silêncio faz o corpo falar
imitar vozes desconhecidas ao seu corpo
fora do seu cotidiano, do seu comum
do seu verbo mais forte
Vejo sua fraqueza, se esvair com a falta de ar
que nutria o teu peito, esvaia em novas sensações

O silêncio faz o corpo falar
mentiras, verdades, falsas verdades
tudo aquilo que ele deseja gritar
para fora dessas paredes de carne
Sem pouca compreenção, com muita importância
sem um mundo a parte, sem um recanto

O silêncio faz o corpo falar
arrepios, contrações, espasmos
calores, cores, marcas
em um mundo surdo e mudo
banhado por sinais
aonde te leio, com minhas mãos

No ausência de silêncio,
que fez o teu corpo falar...



Magno Pinheiro