25 dezembro 2010

Tempo

Tempo


Tudo que começa, termina
Dentro de nossas idéias
Dentro de nosso querer
Dentro do nosso sentir

Um universo inconstante
Brandindo ser perfeito
Somente no sentir de dois
Quando no menos, um se faz partir

No berço da cegueira que sufoca
No ninho do toque que emudece
Como velar pelo querer,
Se ao vento me encontro ?

No tal destino que manejas
Palavras cruzadas, entendidas
Organizadas, um vago compreender ?
O que desejas dizer dentro de sí ?

Sopro sem direção, norte, sul...?
Me perco com os braços abertos
Que me direcionam o desejo do abraço
Ao longe, mar distante, veraneio invernal

Mas, o querer, que de longe vejo
Que de perto se ausenta, se foi...
Mas está ali, eu o vejo, podes ver ?
Mas está lá, eu o vejo, ainda podes ver ?


Magno Pinheiro

06 dezembro 2010

Melodia

Melodia


Quero ser a música, melodia,
Que cantorola e que deixa fluir
Pelos teus lábios rosáceos
Expressivos como as cores da manhã

Ter calor na companhia de cada sopro,
Leve, como a brisa de verão
Vinda do peito teu, e ser...
O mantra sem tempo

Invadir o espaço de cada nota,
Que afinas com a boca tua
E que delicadamente apronta,
Com a certeza de saber me fascinar

Ao soar sem limites, por doce caminho
Ao moldar o som, às tuas pétalas
Ao pequeno roseiral, de viva cor
Que instiga o anseio de soar

Como uma serenata, em honra a beleza
Do berço com gosto de beijo
De vivaz transparência em desejo
De encantar a minha vontade

De nos teus lábios eternamente morar.


Magno Pinheiro