24 julho 2010

Esperar

Esperar


Esperar, decisão cruel...?
Mentiras são contadas
Sem que os ouvidos possam escutar
Olhos vendados para os lábios

Ver o que não é real
Talvez como um recado...
Carência, no imaginar
Me perco, não, não mais

...

Adicionar idéias, nesse mundo,
Mundo inexistente em que me pergunto,
Quem enxergou com os olhos fechados
como se fosse possível encarar...?

As palavras estranhas que não foram
E nem serão ditas, no egoísmo
De manter para sí o que não pode
conter...A quem contar essa tragédia ?

...

Tão negligenciado...o outro ?
não, não é um outro alguém
É aquele que por vezes
Ao estar dentro do peito

Não pôde respirar, porque
Nem ao menos desejou essa esfera
Respirar um ar que não era puro
Esperar, no esperar infinito

...

A quem desejo enganar ?
Se nessa distância
Mantenho, não libero
Medo de não saber lidar

Com o fracasso se identifica melhor
O real desejo de superar
De se enxergar, erros
Um ser cego, e nessa certeza...

...

Se volta ao nada
Se enganando
Uma vez mais
Buscando ser feliz


Magno Pinheiro

21 julho 2010

Faz um tempo

Faz um tempo


Faz um tempo que suas lágrimas
se esconderam entre as linhas,
Páginas agora com gosto
Sentimentos misturados

Indefesos, com histórias
De um tempo pedinte, curvas...
Poderia curvar as linhas do tempo
quando ao nada se entregar ?

Em sonhos, veemente enclausurados
Encontrando brechas, fendas
Relutam em acreditar, verdade...
O que procura espelho meu ?

Na simplicidade, verti
Verti a vertiginosidade
Do alto do meu olhar
E não soube contar...

Por medo, de nunca saber dizer
De nunca saber ser compreendido
Eu, eu desejo, não se deseja...
Egoísmo que ilumina a escuridão

Onde somente se vê o que se deseja
Desde que o sorriso seja claro
Perante o brilho que nunca soube dividir
Ser compreendido, desejo, eu...



Magno Pinheiro

20 julho 2010

Puro Desejo

Puro Desejo


Como posso não ter notado
O furor de meus desejos
Encarnados em cada músculo
Em cada extensão de minha pele

Em meus olhares, suspiros
Em tudo que pudesse me lembrar
Te lembrar...envolvidos
Em cada apelo, sorrisos

Que de tão sinceros
Criaram um universo a parte,
Um novo centro, um novo...
Um brilho que faz exigir

O amanhecer de meu corpo
Ao teu e no teu ao meu
Lado, onde nada mais existe
Acima ou abaixo, somente lados

Que reúnem o verdadeiro sentir
Em um momento onde se misturam
Cores, vistosa aquarela dançante
Que eternizava os nossos corpos

Em um negativo íntimo, realidade...
Moldando uma vez mais o surreal
Pelo zelo do eterno, no corpo
Na alma, a marca que nos vale

De Somente...
Puro desejo...


Magno Pinheiro