27 maio 2011

A lenda do Jovem Poeta e a Lua

A lenda do Jovem Poeta e a Lua


Dizem que a história da criação da Lua nasceu no coração de um jovem poeta que só de longe sabia amar. Ele contava que o seu maior pecado era fingir o amor pela doce e bela, porém, distante donzela que somente com os olhos podia tocar. Sua paixão era platônica, não que não pudesse diretamente se pronunciar mas o seu brilho, puro reflexo da alma, o impedia de se aproximar e assim se declarar. Foi então que uma decisão decidiu tomar. No pano preto que consigo guardava, pequenos furos decidiu criar e o pendurou bem no alto, acreditando que só assim a sua amada metade longe de outros pretendentes iria ficar. Uma carta lhe enviou, e mesmo sem o remetente, lhe explicou que o seu destino era se destacar e que no pano preto chamado de noite era o melhor lugar para se estar. A doce e bela donzela aceitou sem pestanejar, mas de imediato duas perguntas começaram a lhe assombrar : Quem lhe mandara a carta e sendo destaque como passaria a se chamar ?

Pelo pano preto ela escalou e lá do alto do pano preto foi reinar, mas com medo e solitária, lágrimas passou a derramar e cada gota que dos seus olhos escorria, preenchiam os furos que a noite carregava e diversos pontos luminosos passaram a se formar. Todas piscavam alegres e logo a bela jovem, sozinha não mais iria ficar. A alegria que ela sentiu era tanta que aquele lugar ela passou a chamar de lar.

De lá de baixo o poeta a olhava e a sua atenção tentava chamar, gesticulava e gesticulava e nada da doce e bela donzela o notar, até que resolveu unir todas as suas forças e em uma única frase gritou : “Lua, eu te amo !”

O esforço do Jovem Poeta foi tanto que a Bela Jovem o olhou e sorrindo perguntou : "Quem é essa Lua e quem é você, jovem encantador ?" Mas o que a Bela Donzela não sabia é que Lua era o nome pelo qual o Jovem Poeta a chamava em seus sonhos quando por perto dela não podia estar.

O Jovem Poeta exausto, por tanto esforço ter feito para se declarar, de qualquer maneira ao chão se entregou e sorrindo em seu último suspiro falou : “Belo nome Jovem Donzela, meu segredo revelo e a partir de agora, Lua deverá se chamar.” E assim os olhos do jovem poeta lentamente se fecharam e a Bela Donzela, mais uma vez lágrimas começou a derramar, e do céu desceram como estrelas cadentes na tentativa do seu amado tocar.

De luto pela perda do seu amado sonhador, de Lua agora passou a se chamar, e para que o seu criador não se esquecer, de preto da noite uma vez por mês se veste, cor que o Jovem Poeta, conheceu pela ausência do toque da sua amada que por todo esse tempo sempre esteve em destaque no seu olhar.


Fim.



Magno Pinheiro

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