30 abril 2009

A Máscara e o Carinho

A Máscara e o Carinho


E então, eu posso te dizer, assim como comecei
A vaguear pela minha mente, como um espelho
Estranho, me estranho, o que devo dizer ?
Algo a mais para entender quando existe o desespero ?

Sombras e seus tons de azul, perto demais de compreender
Longe demais para enxergar...entre aquele espaço
Há sincronia nas palavras, tudo o que falo e vejo,
Vejo e falo novamente quando venho a te encarar

A minha metade, ofuscada por um sorriso que não se quebra
Molde de prata, reluz aos teus olhos pelo o que deseja ver
Necessita, me necessita, ao teu lado, inquebrável
Desejoso, aqui, momento precioso do presente

Teu presente, que entrego através do meu carinho
Tão intocável, tão seu que chega a se perder
Mesmo tendo nascido em mim, sem dono, fugitivo
Se perde e não encontra o lar, onde nasceu

E não viveu para saudar o meu desejo, meu precisar
Minha cara metade, essência gêmea que sustenta
O perfume, que encarece agora a minha pele
Tão necessitada de você, aquilo o que sempre

E sempre, soube entregar...

O meu, e agora teu...

Carinho...


Magno Pinheiro

28 abril 2009

O que te faz feliz ?

O que te faz feliz ?


Um novo sol se esconde no amanhã
Aquele pálido sorriso, segue sozinho
Cantigas incertas, ecos inválidos
Seu caminho segue até a trilha

Que deixou no chão, marcas, passos profundos
Digitais arrastadas, na terra vermelha
Na terra molhada, que deu vida ao teu corpo
Sem um sopro divino, seu o meu sopro

Fingindo ser tudo o que podia, com a forma
Que quiseste criar, com a certeza de que poderia
Brincar com a infindável maneira de buscar
No fundo do seu eu, aquilo que invejaria

Aonde nada é o que se vive,aonde nada é de graça
Reflexo impuro numa brincadeira aonde a roda
Conta a história de um pedaço de quem,
De quem vos diz : Perdido estou, em meio a quem sou !

Então hoje...

Rezo para mim mesmo, buscando o Deus interior
Calando as feridas de um molde injusto,
O que eu desejo olhar senão o meu próprio desejo
De jurar para sempre...eternamente...

Na espera com sinceridade da resposta
de uma singela pergunta...

O que te faz...feliz ?


Magno Pinheiro

24 abril 2009

Melodia

Melodia


Uma melodia perfeita, se encaixa suavemente
Desliza perante o teu ventre, faz o teu corpo vibrar
Caixa que soa, ressoa, afina e por falta de ar
Desafina em devaneios sussurados a curto tom

Que sabes emanar de teus vermelhos,
Vermelhos lábios, lábios vermelhos,
Doces, brasantes, explícitos
Vulgares, ardosos, provocantes a provocar

Os meus lábios a verem os teus como o reflexo
Imitar, seguir, serem domados, subjugados
Extasiados, venerá-los, em um universo
Sem ir nem vir, confusão prazeirosa...

Momento de explosão, no tocar com leveza
Na leveza, que se extingue, se transforma
Em pulso vibrante, onde um sorriso repousa
Em uma metade e se encontra em outra metade

Erupção, que de tua pele jorra, o que quer refrescar
Banhar o suor com outro suor, refrescar o vale
Vale de desejos, aonde vale o desejo de realizar
Ter o teu corpo pressionado ao meu, pro teu ritmo sentir

E sentir, e não se deixar levar em outra toada
Senão a tua, dona desse estrofe, vivo estrofe
Vivo pelo teu estrofe, que sei, não há palavra
Aos outros olhos senão o meu, leitor do teu falar

Ouvinte dos teu escrever invisível, vagaroso
Misterioso, decifrado por mim, amante da tua bossa
Minha bossa, nova a cada momento de suspiro
Que por ti venho a entregar, quando somente o teu nome

Ecoar no meu estúdio, aberto a tí, no recordar do teu canto
No gorjear enlouquecedor que me domina, puro e vibrante
Venho a dizer a plenos pulmões que a dona desse momento
É você, que sem muito mais, me domina e me faz cantarolar

O teu nome, como um refrão marcante, ao mundo
Para que esse momento, esse canto em forma de paixão
Nunca venha a acabar, nem pelos nossos olhos
Nem pelo os que virão, até essa canção, desejar.


Magno Pinheiro