25 dezembro 2010

Tempo

Tempo


Tudo que começa, termina
Dentro de nossas idéias
Dentro de nosso querer
Dentro do nosso sentir

Um universo inconstante
Brandindo ser perfeito
Somente no sentir de dois
Quando no menos, um se faz partir

No berço da cegueira que sufoca
No ninho do toque que emudece
Como velar pelo querer,
Se ao vento me encontro ?

No tal destino que manejas
Palavras cruzadas, entendidas
Organizadas, um vago compreender ?
O que desejas dizer dentro de sí ?

Sopro sem direção, norte, sul...?
Me perco com os braços abertos
Que me direcionam o desejo do abraço
Ao longe, mar distante, veraneio invernal

Mas, o querer, que de longe vejo
Que de perto se ausenta, se foi...
Mas está ali, eu o vejo, podes ver ?
Mas está lá, eu o vejo, ainda podes ver ?


Magno Pinheiro

06 dezembro 2010

Melodia

Melodia


Quero ser a música, melodia,
Que cantorola e que deixa fluir
Pelos teus lábios rosáceos
Expressivos como as cores da manhã

Ter calor na companhia de cada sopro,
Leve, como a brisa de verão
Vinda do peito teu, e ser...
O mantra sem tempo

Invadir o espaço de cada nota,
Que afinas com a boca tua
E que delicadamente apronta,
Com a certeza de saber me fascinar

Ao soar sem limites, por doce caminho
Ao moldar o som, às tuas pétalas
Ao pequeno roseiral, de viva cor
Que instiga o anseio de soar

Como uma serenata, em honra a beleza
Do berço com gosto de beijo
De vivaz transparência em desejo
De encantar a minha vontade

De nos teus lábios eternamente morar.


Magno Pinheiro

09 novembro 2010

Cores

Cores


Reclamar das cores que não se vê
O que há de errado com os meus olhos ?
Perguntas, evidências, transtornos
Tudo seguindo a desordem do viver

Recolho as fotos, onde as roupas
Pintavam momentos, estranho fato
Na falta de tato, no veio sem ouro
Nada mais brilha no escuro

Contraste vertiginoso da mente
Que opulenta, grita ao eco sem fim
Centenas de fatos que mexem
Com o que foi guardado

Em cada lugar, em cada bolso
Na alegria que fugiu de perto
Que chorou saudade, não aceitou
Perdeu a sina do alegrar

Na matiz que faz o tom ser mais,
Um azul amanhã, um lindo alçar
Do caminho de terra, que margeia
No horizonte, o olhar do pedinte

Que ao longe viu reclamar
das cores que agora não pode tocar.


Magno Pinheiro

28 outubro 2010

Egoísmo

Egoísmo


Minto quando digo que sei,
metrar as palavras com a lógica
o purgatório inabalável do saber
aquele que estranha as vibrações

De um querer sem medo, ao avesso
egoísta, anormal, malicioso,
vibrante ao querer o teu colo
quando brado paixão, meu eco

Pois escuto o teu verso,
faço coro com o meu querer
finjo não querer saber
o que aos olhos fogem

Mantra desmedido, coração veloz
pulsa um querer inigualável
esquenta o que foi gélido
uníssono, aos ouvidos

Sinto, que posso dizer
somente o que eu escuto
meu ar não se move
a quem quero sufocar ?

Quando a paixão é forte
O egoísmo se faz voraz.


Magno Pinheiro


Em pensar que nasceu de uma conversa que eu tive com a Déborah. Valeu Déborah por me ajudar com o tema !!!

25 outubro 2010

Até Logo...

Até Logo !

A lua estava no céu,
e eu não estava sozinho
pude perceber que os meus passos
eram preenchidos pelo eco
de outros passos, companheiros
cheios de vida, que seguiam
os últimos passos, já destinados
a partirem, sem deixar rastros
no mesmo chão,apenas dentro,
apenas dentro de nossas memórias
que inalteradas permaneceriam
e concretas seriam, como sorrisos,
sorrisos, conquistados ao passar dos dias
que foram curtos, porém eternos.

Em um novo vivenciar, pude perceber
que cada canto possue um novo ar
quando a companhia te faz lembrar
que naquele lugar, o teu sorriso foi maior
do que na descoberta anterior, vivenciar
o que somente por linhas sabiamos,
amizade, que atravessou a distância
e se tornou mais do que real
quando o abraço foi moldado
além do sorriso e das palavras

A esse encontro eu saúdo,
A amizade


Magno Pinheiro


Dedico essas linhas aos amigos : Zum e Déborah

14 outubro 2010

Vivenciar

Vivenciar


Toda vez que eu brinco com as palavras
O seu corpo me acolhe em cada linha
Desejando permanentemente interpretar
O romance imaginado, o seu profundo querer

Me fazendo desejar que cada passo seja largo,
Curto, marcando o compasso do teu passo
Em um tango enraizado na harmonia da eternidade
Dando vida às notas que o ouvido já pode sentir

Carinho enfatizado, no desejo do seu abraço
De criar um universo de afagos, no desejar...
Que essa vida seja um ciclo interminável
De idas e vindas no traçado de seus beijos...

Doces, que me fazem sonhar à distância
Magnetismo inevitável, buscam o meu solo
Em um outro lugar, além do meu imaginar
Na encontro do inevitável, realidade

Vivenciar...



Magno Pinheiro

08 outubro 2010

Insônia

Insônia


Insônia, me faça despertar
para o que os olhos desejam ver,
para o que olhos desejam ocultar
olhos mascarados de luneta
que olham para o passado,
presente e futuro
Onde tudo é perto,
onde tudo é distante
Sítio do extenso caminhar,
no mesmo lugar, no mesmo traçado
de planos, longos planos
onde as retas se mostram pequenas
quando a vigília se faz

Com os meus olhos nus


Magno Pinheiro

27 setembro 2010

Dos lábios teus

Dos lábios teus


Palavras, tom aveludado
Percorrem tua alma, carícias
Ligeiras, buscam o teu calor
Tua pele que se eriça ao toque

De lábios que doam, teu agrado
De voltas que fazem, teus olhos
Murmúrio, o peso inalcançável
Do sabor que em tua pele reside

Do querer, do vício sem cura
Do desejo desenfreado
Que veloz se faz, ao longo
Do venerado sentido de cumprir

O que em outro corpo também vibra
Palavras que no peito nascem
Incompreensíveis àqueles que não escutam
Quando misturadas a brisa, que dos lábios teus

Alimentam o meu ar...


Magno Pinheiro

22 setembro 2010

Seriam os teus olhos...?

Seriam os teus olhos...?


Seriam os teus olhos...?
O mistério não desbravado ?
Meu caminho nunca trilhado ?
Meu desejo de amar ?

Seriam os teus olhos...?
Um mar de sensações,
Em tua cor mais marcante
O verde do intenso querer

Seriam os teus olhos...?
O caminho mais próximo
Para o encontro das almas
Que se atraem e não querem se afastar ?

Seriam os teus olhos...?
Uma bela canção ?
Um ponto fixo no infinito ?
Uma manhã que coexiste com o luar ?

Seriam os teus olhos...
Sim, seriam, e o são...
São os donos absolutos
Das linhas que por tí

Venho a escrever
E que aos teus olhos retornam
Linhas do teu admirador
Da metade que busca o teu olhar.


Magno Pinheiro

27 agosto 2010

Duas Vidas

Duas Vidas


Um caminho a dois
Mãos lado a lado
Toque sem medo
Somos noite e dia...

Sombras, névoa que habita
Pensamentos cruzados
Linhas que cortam
A irreal serenidade

Onde habitam os olhos
Que não podem ver
Carregam o peso do agora,
Pálpebras, véu do meu céu

Que ignora, estranhos,
Olhares que não pertecem
Ao desejo mais íntimo
Sintonia alada,que por tí

Dasse a pulsar, vívido
Rubro ardor incandescente
Que em meio aos meus braços
Fez morada, metade...

Do agora, do ar que possuo
Que uso para o teu nome chamar
De declamar em linhas, sem segredos
O intenso querer...

De afastar, o que em sonhos
ainda habita
O onírico veraneio celestial
A distância de duas vidas.



Magno Pinheiro

25 agosto 2010

Cor de Madeira

Cor de Madeira


Saudade, de deslizar as minhas mãos
Ao longo do teu corpo, provocar gemidos
Em diferentes tons, te fazer sussurar
Te fazer gritar, comandando tua vontade

Relaxando, tensionando, buscando
Em cada volta, mexer com tudo aquilo
Que te faz vibrar, pele da cor da pele
Pele da cor de madeira

Onde reconheço o teu contorno,
Tua cintura, por onde passo
Os meus braços, sabendo te envolver
Te chamando de minha, minha pequena

E que me faz te procurar, mais,
Uma vez mais, ao te despir
Da ausência do meu toque
Que te completa...

Saudade...


Magno Pinheiro

22 agosto 2010

Beijo

Beijo


Figura divina, de tua boca
Verte o sabor, ambrosia
Me deleito em teus lábios,
Que sede dá, que sede mata

E que de maneira sutil
Se convida, se aproxima
Cortando o silêncio
Provocando o silêncio

Manipula o meu falar
Minha língua, meu ardor
Sopra vida em meus pulmões
Respirar, ausência de fôlego

Me faz te sentir
Me provoca o sentir
Me guia pelo o que
Também desejas

O Fogo sem chamas

Beijo


Magno Pinheiro

Paralelo

Paralelo



Me encontro no paralelo
Do infinito querer
Serpenteando por idéias
Que remetem a dois

Lados distintos, cantos distantes
Onde no mesmo céu, estrelas
Entregam desejos, tracejando
No imaginário o amanhã

Tempo em que nossos braços
Datariam a união de um querer
De um único desejar
Onde dois, desde sempre foram um

Na ansiedade do querer
Na vontade de se concretizar
Em uma única voz decidida,
Dizer o que por ti sinto

Desejo...



Magno Pinheiro

03 agosto 2010

Mar de Lençóis

Mar de Lençóis


Ouvido, teu corpo interno
Caminho por onde adentro com minhas
Carícias, palavras que te veneram
Que passeiam pelo teu corpo

Fazendo tua pele se eriçar
Me guiando à nova maneira
De ler o teu desejo, meu nome
Em tua pele me leio

Palavras silenciosas
Que ecoam pelo teu corpo
Me ensinando a passear
Com minhas mãos, pelo teu querer

Me atraem, magnetismo latente
E fazem o teu corpo buscar
Pelo meu, busca me ler
Marcar com o seu desejo, teu nome

E te encosta, reclina no meu corpo
Sente desejo de passar o calor
Que por cada poro emana
Sabes como aumentar a temperatura

Que no próprio corpo não consegue
Conter, fricciona, faz do troca
De corpos uma nova fonte, faíscas
Início de incêndio, incontrolável

No desejo de descobrir
De controlar, de descontrolar
De burlar a sanidade, no alterar
Suor, sonhos, realidade.

Nesse mar de lençóis
Nos dois corpos a repousar
Sou o teu navegador, e tu,
És minha ilha de prazeres

Meu ninho,
meu caminho
Meu libidinoso
Paraíso


Magno Pinheiro

02 agosto 2010

Se encontrar

Se encontrar


As cores do amanhã
Em cada pedaço desse sol
Preenchem o vazio
Se elevam no amanhã

Aquecendo o canto
Onde nada mudava
Onde somente uma voz ecoava
No mesmo pedido

Se encontrar,
No outro alguém
Agora eu compreendo
A razão, no escutar

As batidas uma vez solitárias
Batizadas com o teu nome
Buscando o suspiro
Que as sustentava

Não são tardias, não...
Nem o clamor em tua voz
Que do outro lado
Procurava pelo teu pedaço

Teu recanto de infinitas
Sensações, teu verdadeiro
Desejo, agora nesse chão
Noites sem segurança...

Nunca mais, no abraço conter
O que só de longe deve existir
Solidão nunca mais, minha alegria
Nos teus braços encontrar

Pedaço do eterno paraíso
Nas cores do amanhã
Ao teu lado vivendo o momento
Em cada amanhã

Eternamente ao teu lado...



Magno Pinheiro

24 julho 2010

Esperar

Esperar


Esperar, decisão cruel...?
Mentiras são contadas
Sem que os ouvidos possam escutar
Olhos vendados para os lábios

Ver o que não é real
Talvez como um recado...
Carência, no imaginar
Me perco, não, não mais

...

Adicionar idéias, nesse mundo,
Mundo inexistente em que me pergunto,
Quem enxergou com os olhos fechados
como se fosse possível encarar...?

As palavras estranhas que não foram
E nem serão ditas, no egoísmo
De manter para sí o que não pode
conter...A quem contar essa tragédia ?

...

Tão negligenciado...o outro ?
não, não é um outro alguém
É aquele que por vezes
Ao estar dentro do peito

Não pôde respirar, porque
Nem ao menos desejou essa esfera
Respirar um ar que não era puro
Esperar, no esperar infinito

...

A quem desejo enganar ?
Se nessa distância
Mantenho, não libero
Medo de não saber lidar

Com o fracasso se identifica melhor
O real desejo de superar
De se enxergar, erros
Um ser cego, e nessa certeza...

...

Se volta ao nada
Se enganando
Uma vez mais
Buscando ser feliz


Magno Pinheiro

21 julho 2010

Faz um tempo

Faz um tempo


Faz um tempo que suas lágrimas
se esconderam entre as linhas,
Páginas agora com gosto
Sentimentos misturados

Indefesos, com histórias
De um tempo pedinte, curvas...
Poderia curvar as linhas do tempo
quando ao nada se entregar ?

Em sonhos, veemente enclausurados
Encontrando brechas, fendas
Relutam em acreditar, verdade...
O que procura espelho meu ?

Na simplicidade, verti
Verti a vertiginosidade
Do alto do meu olhar
E não soube contar...

Por medo, de nunca saber dizer
De nunca saber ser compreendido
Eu, eu desejo, não se deseja...
Egoísmo que ilumina a escuridão

Onde somente se vê o que se deseja
Desde que o sorriso seja claro
Perante o brilho que nunca soube dividir
Ser compreendido, desejo, eu...



Magno Pinheiro

20 julho 2010

Puro Desejo

Puro Desejo


Como posso não ter notado
O furor de meus desejos
Encarnados em cada músculo
Em cada extensão de minha pele

Em meus olhares, suspiros
Em tudo que pudesse me lembrar
Te lembrar...envolvidos
Em cada apelo, sorrisos

Que de tão sinceros
Criaram um universo a parte,
Um novo centro, um novo...
Um brilho que faz exigir

O amanhecer de meu corpo
Ao teu e no teu ao meu
Lado, onde nada mais existe
Acima ou abaixo, somente lados

Que reúnem o verdadeiro sentir
Em um momento onde se misturam
Cores, vistosa aquarela dançante
Que eternizava os nossos corpos

Em um negativo íntimo, realidade...
Moldando uma vez mais o surreal
Pelo zelo do eterno, no corpo
Na alma, a marca que nos vale

De Somente...
Puro desejo...


Magno Pinheiro

23 junho 2010

Em cada lado

Em cada lado


Deitado em seus pensamentos
Sentindo o calor de seus sonhos
Encontrando o verde que presenciei
Muitas vezes no seu imaginar

Imerso no teu sorriso
Me entregando à sua alma
Me encontrando no teu sentir
E no calor que desejas, eu

Que carinhosamente fui entregando
O que os teus lábios secretamente
Pediam ao céus, e nos pensamentos
Mais intensos, viestes a me procurar

Aonde tocaste rapidamente a minh'alma
Mesmo que na distância do imaginar
Fostes tão forte, que o invisível
Fez-se real, e no meu sentir pude te ver

Completando os meus pensamentos
Fazendo com que te sentisse ao meu lado
Em cada anseio, em cada desejo
nessa paixão reconhecida

Que faz-se sentir
Em cada lado...


Magno Pinheiro

15 junho 2010

Liberdade Prometida

Liberdade Prometida


Deixe-me perguntar à eternidade
Sobre os termos que envolvem
Saber o sabor de teus lábios,
Divinos favos de delicada cor

Rodeados pela alva ternura
Que ostentas, de maneira
Delicada, tão declarada
Tão desejosa, me esperam...

Me procuram, em pensamentos
Em sonhos, em suspiros
E de teu peito, palavras
Carinho encarcerado

Que parcialmente descobre
A liberdade, quando sorri
E sabe por quem sorrir
Pois sentes o que espera

E sabes...

Que é por alguém a quem prometeu
A liberdade, que sempre desejou
E que na metade da sua imagem, vislumbra
Do outro lado, o teu descobridor...


Magno Pinheiro

Desilusão

Desilusão


Inveja o sentimento que não tem
O nega, mistura com a solidão
Confunde o que tem, se perde no querer
Sabe contar, e no dois...desilusão

Culpa, sente que é forte
Sabe que não era verdade
Soube criar, soube enxergar
O que quis...desilusão

Mas não era esse o desejo ?
Por quê a pergunta ?
Tinta cor de prata
Alaúde sem som...desilusão

Queima por dentro, arde
Se escora no nada, medo
Não sabe lidar, se inclina
Procura por dentro...desilusão

Caminho desconhecido...
Que se encontra tão longe
Quando vês um estranho, que costumas,
Isoladamente guardar em teu peito...

Agora dono,
de sua desilusão...


Magno Pinheiro

07 junho 2010

Cor de barro


Mostra o teu sorriso
Estampa no teu amargo
O doce dos teus lábios

Faz desse reflexo vertiginoso
O teu patrono,teu encanto meloso
Adorno cor de barro

Se mostra, se enrosca
Se perde no reflexo
O quão perto está longe do seu

Vaguear urbano
Aonde as luzes refletem
O sorriso que não queria

Ao vento mostrar...
Que só dedica quando é teu
O sorriso de outro alguém

Que deseja ser teu
Mas que só é teu
Quando mostra

Teu sorriso cor de lua
No seu devaneio cor de terra
Que somente sabes domar

Quando mostra
Teu patrono
Teu sorriso

Cor de barro


Magno Pinheiro

27 maio 2010

Não...

Não


Não temes a liberdade que dá ?
Não temes perder o que não conquista,
Mas deseja conquistar ?

Não sente que o ar te falta ?
Não sente que quando se cala,
Teu peito começa a reclamar ?

Não consergue enxergar as cores ?
Não consegue enxergar a paleta de sorrisos,
Que coloridos em teu retrato deveriam estar ?

Não se nega ?
Não se nega quando ansiosa fica,
Por uma palavra daquele que deseja falar ?

Não consegue entender ?
Não consegue entender que encurralada
Se encontra, no seu próprio altar ?

Não deseja entender ?
Não deseja entender aonde erra,
para o passo certo começar a tomar ?

Não temes a liberdade que dá ?
Não temes perder de vez, o que ao teu lado
o direito entregou, mas não soube cuidar ?

...

Não teme o não ?





Magno Pinheiro

25 maio 2010

Nunca.

Nunca...



Nunca senti o teu toque
Tua mão a passear em meus cabelos
Dando vida ao teu anseio
Acariciar e se deixar levar

Tua respiração, cantarolando,
O teu desejo no meu ouvido
Me hipnotizando, me guiando
Me ensinando a ser teu

Com o teu cálido beijo
O teu sorriso pressionado ao meu
Me soprando vida, me ensinando a te amar
Com o doce vício do teu gosto

...

Mas só posso divagar
Entre minhas idéias
Desejando a ti
Mais do que mais

Desejando, procurando traços
Traços de verdade, concretizar
Ao teu lado, o que eu desejo
O que tu desejas...

Em um abraço,
Ambos a se amar...



Magno Pinheiro

21 maio 2010

Automático

Automático


Preciso te falar que estou remediando
aquela idéia insana de contar as palavras
eu e você, em um ciclo sem forma
ora agora, ora no quando se quer falar

Conversa cantada, brincando de mantra
viva idéia de querer chegar primeiro
se antecipar, se jogar no ar
em busca de um lugar, onde pousar

As idéias suprimidas, pelo paradoxo
de querer se abrir, nessa insana jogatina
chamada conversa, do querer te conquistar
regras que só te fazem perder e se achar

Nessa ordem, nesse querer e só poder
enxergar o que de longe se deseja
mas se afasta por não saber chegar
desiste, desiste e foge, ri, se enamora

...

Querendo brincar em uma conversa

Aonde nem mesmo sabe se encontrar...
...

É automático...




Magno Pinheiro

09 maio 2010

Te alcançar...

Te alcançar...


Palavras querem te alcançar
Te procurar ao longe
Enquanto por perto não está
Nessa caminhada solitária

Ao longe, passos são vistos
No amanhã, além, somente além
De onde o sol se pôs
Buscando o horizonte...

Caçando incesantemente
Casar com os teus passos
Mesmo que em pensamento
Esse desejo que não cessa

Mesmo que por agora
Ao meu lado, a minha companheira
Sombra, ao meu lado,
Sozinho...me sinto sozinho

Buscando o que em outros
Visível se faz, carinho
Os olhos que buscam olhos
Verdade que aflora em cada olhar

Felicidade que transborda
Em cada sorriso vívido
Frente a frente, amantes
tão perto, realizando...

Palavras querem te alcançar
Buscando ser mais do que palavras
Ser a sua canção matinal
O seu hino, ao teu corpo deitar

Te embalar, te envolver
Te buscar eternamente...
Palavras querem te alcançar
Aonde for, aonde estiver.


Magno Pinheiro

20 abril 2010

Tempo Perdido

Tempo Perdido


A razão do saber é negada
Mentiras são parte de tua alma
Fragilizada buscando respostas
Acontecendo, no agora

Na tentativa de se encontrar
Aonde está o que procura ?
Sem entender, o gosto da palavra
Degusta o doce veneno

Faz dos teus lábios
Armas sem pontaria
Lâminas cegas, território sem lei
Sem cantigas para cantar

Faz a roda ter cantos
Aonde se ecoa o que por dentro
Pode escutar, faz companhia
É a solidão, agora com nomes

No desencontro desenfreado
A misericórdia se afasta
Deseja se encontrar
Quanto alarde...

Quanto alarde...

Tempo perdido...


Magno Pinheiro

31 março 2010

Distância

Distância


Distância, um passo perdido
A sua frente, a minha frente
No nosso lado, ao nosso lado

Mascarado como tão próximo
Sem sentir o pulsar tão esperado
Em fronte ao teu peito

Faz o corpo se aproximar
Faz ser atraído pelo teu
Em um tão carinhoso toque

Vítima da distância
Ao teu redor não me faço
Sou apenas aquele que deseja

Deseja ser teu...
Ser a eternidade encarnada
Enganar a vítima do será...

Quebrar a barreira...
Que vestida pela cor que não posso ver
Me deixa intrigado, as vezes acuado

No momento da dúvida, viscejo
Aquele tão sonhado momento
De tão somente quebrar

A barreira do apenas desejar
Sou vítima e não quero mais
Não quero mais apenas só desejar

Quero ser teu
Assim como queres ser minha
Então que se quebre...

Que se quebre a barreira


Magno Pinheiro



05 março 2010

A distância

A distância


Soube que as estrelas lá do céu
dão no infinito
E que a lua nova vem de lá
E que nesse tempo o meu destino
Surge ao teu lado, tão de mansinho
Querendo te conquistar

Faria das minhas noites mais que sonhos
Mais do que se pode imaginar
E mergulharia no teu colo
No aconchego do teu colo
Em seu calor quero morar

Não faça isso comigo não
És a única que me faz só imaginar
Não faça isso comigo não
Distância...


Magno Pinheiro

20 fevereiro 2010

Ninguém sabe

Ninguém sabe


A manhã vem, renovando o dia que se foi
o sol sobe, removendo o pálido escuro
dentro do seu universo palarelo
aonde tudo pode ser o que se pode ser

Ninguém mais sabe, só se sabe
o que cada um pode saber
tentativas de dizer, ocultar
voando através de idéias

Nuvens feitas de seres estranhos
passeando através de multidões
cada um acomodando, tomando como seu
o ar que suspirava um outro alguém

Misturados, como um turbilhão
um rodamoinho no mar gelado
que um dia teve o calor, sem som
sem cor, salinas

Aglomerado branco, teu tempero
talvez um gosto sem gosto
do que se deseja sentir
não sentir, inerte no querer

Assim como o medo de se ver
aquilo que os olhos fechados
não desejam ver, câmaras escuras
sem se renovar, lareira sem fogo

Sem o sonho, em forma de névoa
que nublava aquele amanhã
aquele distante amanhã
sem o renovar do brilho

Do sol...que um dia desejei.


Magno Pinheiro

10 fevereiro 2010

Que...


Que os teus olhos sejam o farol
da eternidade e na eternidade
A tua metade possa te encontrar

Que os teus lábios sejam o néctar
Que aquele que beija a flor
Possa neles se saciar

Que no teu sorriso se encontre
o reflexo da tua alma,pura e simples,
formosa e natural, sempre

Que a tua pele seja quente
E que no vazio, expulse o frio
E que nela se possa aconchegar

Que o teu toque seja acalentado
E que faça novamente te desejar
Novamente, uma vez mais

Que no teu abraço se encontre
abrigo, livre de tudo
que de você viesse a afastar

Que eternamente assim seja
Que eternamente o teu amor seja
O que eternamente irá completar...

A sua metade...


Magno Pinheiro

02 fevereiro 2010

Somente no Silêncio

Somente no Silêncio


Você se encontra no silêncio
Suas veias choram,
Seu interior é solitário
Encarar os seus fantasmas não é uma opção

Abraçando dúvidas,
Se é necessário falar
Conte os seus segredos
Se descubra uma vez mais

Escalando montanhas, preocupações
Passo a passo, sentindo o mundo ao avesso
Conversando com um estranho
Encarar os seus fantasmas não é uma opção

Se sentindo tão estranho
Ecoam pensamentos esquecidos
O que você deseja entender
Não é o que você deseja encarar

Não perca o seu tempo
Ele ainda está por vir
Se encontre nas horas
Se encontre no silêncio

No passado, se encontre
Mas não se perca, volte
Teus passos deixam marcas
Mas não se esqueça...

No silêncio...
Somente você pode se encontrar.


Magno Pinheiro

01 fevereiro 2010

Saudade do que era bom

Saudade do que era bom

Interpretar a sí mesmo
Tarefa cruel, um olhar pesado
Sugar a alma, sentir o seu tom
celebrar a saudade, se esquecer do que é bom

Vislumbrar sombras, domá-las
Dar-lhe nomes, em um teatro
Sem peça, sem obra
Confuso é o condutor, amoado

Meu canto perdido
Sem notas, se nota
Mimar a sí mesmo
Com a saudade do que é bom

Em um espiral infinito de idéias
Recanto das almas
O falar sem ardor
Agora cinza, sem cor

A quem devo, no silêncio acreditar
Algemado, agoniado
Sem medo da verdade
Mentira...

Com medo daquilo
Que de olhos fechados
Eu pude ver
Verdade...

Saudade daquilo que era realmente bom.


Magno Pinheiro

16 janeiro 2010

É coisa da minha cabeça

É coisa da minha cabeça


Um dia sem fôlego
Uma rocha que não é pesada
Uma chave que não se encaixa
Uma estrela que não dura

Uma estória de amor
Um pecado imperdoável
Um sol que não brilha
É coisa da minha cabeça

Um coração, um amor
Um sonho, mais um a partir
Um grito e então você diz
Está tudo em sua cabeça

Eu não posso dizer
As palavras que você esqueceu
Mas eu quero escutar
O que se passa na sua cabeça

Magno Pinheiro

07 janeiro 2010

Um adeus também se faz com palavras

6 de Janeiro de 2010 às 21:10 pm, dá-se o início e o fim de algo já previsto. Aqueles que esperavam, esperavam com ansiedade e ao mesmo tempo com conformismo. Saber que o início marca o fim está para saber que o fim já espera pelo início, ambos estão de mãos dadas. Assim eu soube do meu fim, eram 00:44 quando eu vim a saber da notícia. Meu fim ? Explicando melhor, fim do Magno que estaria sustentando pelo menos que por alguns dias o título de TIO, o que para alguns não faria a mínima diferença, até porque notícias dessa maneira não são impactantes ou importantes para outros. Talvez até sejam, já que de certa maneira somos uma história (as vezes mal contada) aos ouvidos famintos de quem só busca por mais uma história.

Tudo começou a 3 meses atrás, quando eu vi a ultra do meu sobrinho, aquela coisinha pequenina que parecia até um peixinho se mexendo e com um coração que batia tão forte que até o trovão se sentiria intimidado ! É ! hehe, acho que o coração bater forte é coisa de família. Família de coração forte e com sentimentos fortes. Poucos dias depois viemos a saber das complicações de saúde do tampinha (é, eu o chamaria de tampinha por um bom tempo, seria o meu carinho de tio com ele...hehe), e eu digo que nesse dia eu não consegui dormir, nem eu e nem o meu pai ao qual eu acredito que temos uma ligação forte, temos um jeito muito parecido em relação a não demonstrar certas reações, mas em certos pontos eu me considero mais equilibrado que ele, pois certas situações não me afetam. Enfim, ficamos sabendo que ele era Acéfalo e pouco tempo depois que os orgãos estavam fora do corpo. Eu não podia esperar apenas por uma notícia ruim, não é ? Depois daquele dia sem dormir, parecia que tudo seria mais fácil de absorver e não foi como eu esperava. Eu procurava evitar ficar em casa quando o meu irmão vinha com a namorada dele, até porque pra mim era difícil ver aquela barrigona e não pensar que futuramente eu não iria poder ensinar tudo o que eu gostaria de ensinar, de brincar com ele e tudo mais. Bom...esse tipo de coisa acontece, né ?

A muito tempo eu não sentia a minha respiração pesada, cansada de uma situação (sim, esperar cansa ! e eu já estava ficando muito cansado de esperar), e ontem a noite foi assim, uma tensão extrema pela notícia, até então eu não sabia o nome do tampinha, eu não sabia o nome do meu sobrinho ! Verdade, eu não sabia o nome ! Vim a saber ontem ! E de certa maneira eu fiquei feliz por saber o nome dele, mesmo não gostando de 2 nomes próprios o nome me soou tão perfeito que no mesmo instante que eu escutei eu venci o meu preconceito com a questão e abri um sorriso que poucas pessoas viram até hoje (poucas mesmo, acredito que nem os meus pais já viram esse meu sorriso !). João Gabriel, esse era o nome dele, João Gabriel, me soou tão perfeito ! Senti um prazer que eu comparo ao prazer de escutar uma música que me marca ! Quem sabe o pequeno João, supondo que tudo estivesse certo com ele, não viesse a ser músico um dia ? Ué ? O tio não pode sonhar ? HAHAHAHA...é ! Mas é verdade, eu iria adorar ver ele pegando o meu violão...hahaha, eu ficaria todo bobo !

Dia 6 de Janeiro...coisa de 1 mês depois seria o meu aniversário e eu iria, é claro, ficar me gabando disso por causa do dia ! hahaha. Eu acredito que toda notícia tem o seu lado, seja ele positivo ou negativo, mas nem por isso ela deixa de ser uma notícia. E é estranho pensar que eu tive desânimo e depois um ânimo exacerbado no dia que ele estava pra chegar...confuso, não ? Nem um pouco, o momento sempre fala mais alto que os nossos pensamentos, tudo na hora é intenso, vívido, independente do resultado final e do já esperado. Relembrei ontem que suspiro tem "expressão", e a minha foi da mais ansiosa à mais vazia, tudo em uma fração de segundos.

Mas...pensamento positivo ! Sempre terá a próxima vez !

E tampinha ! Acredite, o meu amor por você é único. Tu deixou de ser o sol para se transformar na lua e ser banhado pelo brilho de nossas memórias e sentimentos.

Mas não desanima ! Quem sabe você não volta na próxima ? Agora vamos ver quem será o pai ! hahahaha.