20 junho 2011

A Carta que não foi dela: Em teus olhos

A Carta que não foi dela: Em teus olhos


O que me diz com os teus olhos ?
O que esconde com palavras dessa vez ?
Deixe-me abraçar o paraíso que expressas
Nesse sorriso esmeralda que ostentas

Não os fite em outro olhar, deixe-me te buscar
Adentrar no teu corpo, através de sua alma
Toque feminino de menina com sorriso de criança
Riso garantido, riso fácil, me aponte o sim

Com cada palavra que desejas falar, de maneira
desmedida, querer dizer, sem se desviar
Deixe-me morar em tua boca, não me esconda teus lábios
Teus lábios me chamam silenciosamente, sussuram o meu nome

Vem, te digo, me chama, me faça dar liberdade aos pensamentos
Já não os desejo mais, te quero no meu universo
Real e puro, alvo como a tua pele
Me chama para ser teu amado, teu querido

Me chama...


Magno Pinheiro



10 junho 2011

Soldadinho de Chumbo

Soldadinho de Chumbo

O Soldado marcha, com a sua fronte orgulhosa, ritmada, imponente, mas ainda assim sorridente, porque hoje a sua cor em forma de mulher irá encontrar, Violeta é o nome dela, o seu não secreto e perfumado amor.

Pelos campos agora passa a marchar, onde outras cores encontra, mas mesmo assim a sua marcha não diminui, não descompassa, pois ainda não encontrou a cor que dentro do seu peito está a morar !

Seu olhar que antes mirava o céu, céu esse que mostrava o celeste azul que aos poucos se transformava no azul entardecer, lhe fazia lembrar a cor da sua amada de tom elevado, do tom do sentimento amor.

- Guia-me ! Guia-me ! (exclamava o soldado olhando para o sol que minuto a minuto se preparava para se pôr no horizonte). Hoje a minha dama em meus braços estará ! Guia-me, reflexo do meu sorriso, guia-me !

E assim, seguindo o seu sorriso flamejado que agora se vestia com um tom alaranjado, o seu destino encontrou, depois de dez mil passos dados, o seu sentido foi agraciado, um perfume sutil passava a enfeitar o ar, sua presença, a metade do seu tudo ! Era ela, sim, era ela ! A cor do sentimento amor, Violeta, que estava a aguardar a chegada do seu amado soldado, de fronte orgulhosa, de passo ritmado, de presença imponente, e sorridente. Agora nenhuma distância aos dois poderia atrapalhar, o que era metade, agora era o todo e de maneira apaixonada ambos puderam se olhar e em um abraço acolhedor ambos se aconchegaram e deixaram para a noite o resto da história contar.

Magno Pinheiro

09 junho 2011

O Vazio

O Vazio

“O vazio pode ter a sua cor, mas dentro do infinito onde procurar ?”

Posso me perguntar mais uma vez ?

Sou abraçado por todos os lados e mesmo que me cobrindo com o linho desse lençol que afasta o frio, ainda te acho junto ao meu colo...não implorando por atenção, mas sendo somente o que é...vazio...imparcial...

E quando a minha visão para fora eu coloco, em espanto me encontro, pois mais uma vez você está lá, por todos os cantos...vazio...imparcial...

E no passar das horas os meus olhos se cansam e assim lentamente os fecho, mas surpreso mais uma vez fico quando percebo que mais uma vez lá você está...vazio... imparcial...

- O que fazer para de ti escapar, o quê ?
- Cansado...estou tão cansado...acho que dessa peleja não posso ganhar...

Então mais uma vez fecho os meus olhos, estão tão cansados que com nada mais me importo, abraço o vazio, eu agora estou imparcial...

SUSTO !

Me levanto no susto !

- Quantas horas se passaram ? Por quê tudo ainda está vazio ?

Mas espere...nesse vazio tem cor...pelas minhas pálpebras algo deseja entrar, mas porque não consigo ver ?
Minhas mãos encontram o meu rosto e logo percebo o motivo de tanta privação...eram os meus olhos que ainda estavam aprisionados no vício das horas, na escuridão. Lentamente os abro para não me assustar e meu dou conta de que toda aquela cor que eu buscava sempre esteve lá, eu só precisava ser paciente e para a minha janela na hora certa olhar.


Magno Pinheiro