20 fevereiro 2010

Ninguém sabe

Ninguém sabe


A manhã vem, renovando o dia que se foi
o sol sobe, removendo o pálido escuro
dentro do seu universo palarelo
aonde tudo pode ser o que se pode ser

Ninguém mais sabe, só se sabe
o que cada um pode saber
tentativas de dizer, ocultar
voando através de idéias

Nuvens feitas de seres estranhos
passeando através de multidões
cada um acomodando, tomando como seu
o ar que suspirava um outro alguém

Misturados, como um turbilhão
um rodamoinho no mar gelado
que um dia teve o calor, sem som
sem cor, salinas

Aglomerado branco, teu tempero
talvez um gosto sem gosto
do que se deseja sentir
não sentir, inerte no querer

Assim como o medo de se ver
aquilo que os olhos fechados
não desejam ver, câmaras escuras
sem se renovar, lareira sem fogo

Sem o sonho, em forma de névoa
que nublava aquele amanhã
aquele distante amanhã
sem o renovar do brilho

Do sol...que um dia desejei.


Magno Pinheiro

10 fevereiro 2010

Que...


Que os teus olhos sejam o farol
da eternidade e na eternidade
A tua metade possa te encontrar

Que os teus lábios sejam o néctar
Que aquele que beija a flor
Possa neles se saciar

Que no teu sorriso se encontre
o reflexo da tua alma,pura e simples,
formosa e natural, sempre

Que a tua pele seja quente
E que no vazio, expulse o frio
E que nela se possa aconchegar

Que o teu toque seja acalentado
E que faça novamente te desejar
Novamente, uma vez mais

Que no teu abraço se encontre
abrigo, livre de tudo
que de você viesse a afastar

Que eternamente assim seja
Que eternamente o teu amor seja
O que eternamente irá completar...

A sua metade...


Magno Pinheiro

02 fevereiro 2010

Somente no Silêncio

Somente no Silêncio


Você se encontra no silêncio
Suas veias choram,
Seu interior é solitário
Encarar os seus fantasmas não é uma opção

Abraçando dúvidas,
Se é necessário falar
Conte os seus segredos
Se descubra uma vez mais

Escalando montanhas, preocupações
Passo a passo, sentindo o mundo ao avesso
Conversando com um estranho
Encarar os seus fantasmas não é uma opção

Se sentindo tão estranho
Ecoam pensamentos esquecidos
O que você deseja entender
Não é o que você deseja encarar

Não perca o seu tempo
Ele ainda está por vir
Se encontre nas horas
Se encontre no silêncio

No passado, se encontre
Mas não se perca, volte
Teus passos deixam marcas
Mas não se esqueça...

No silêncio...
Somente você pode se encontrar.


Magno Pinheiro

01 fevereiro 2010

Saudade do que era bom

Saudade do que era bom

Interpretar a sí mesmo
Tarefa cruel, um olhar pesado
Sugar a alma, sentir o seu tom
celebrar a saudade, se esquecer do que é bom

Vislumbrar sombras, domá-las
Dar-lhe nomes, em um teatro
Sem peça, sem obra
Confuso é o condutor, amoado

Meu canto perdido
Sem notas, se nota
Mimar a sí mesmo
Com a saudade do que é bom

Em um espiral infinito de idéias
Recanto das almas
O falar sem ardor
Agora cinza, sem cor

A quem devo, no silêncio acreditar
Algemado, agoniado
Sem medo da verdade
Mentira...

Com medo daquilo
Que de olhos fechados
Eu pude ver
Verdade...

Saudade daquilo que era realmente bom.


Magno Pinheiro