18 setembro 2007

Caminhos

Caminhos


Tão triste, triste criança
separada do amor desde o dia em que nasceu
berço sem beira e nem cruz
vagueia pelo ventre da vida
de um caminho sem luxo, de um caminho sem luz

Corre pela estrada
e busca a ciranda
de um dia a menos, de um dia a mais
de um caminho sem luxo, de um caminho sem luz

Reata o destino
que carrega desde o útero
invólucro complacente
que leva a corda que enforca
e enforca o infortúnio
de um caminho sem luxo, de um caminho sem luz

De um caminho
De um caminho sem luxo
De um caminho sem luz
sem luxo...
sem luz...



Magno Pinheiro

17 setembro 2007

Sonhos, crianças perdidas

Sonhos, crianças perdidas



Sonhos, crianças perdidas na solidão
imagens distorcidas, sem definição
caminho distante, perdido, sem solução
logradouro da alma cigana que não se apega,
mas que não se desprende de um mito perdido,
de um olhar sem compreensão

Sonhos, crianças perdidas na solidão
veias sem sangue, sem cor
dissolvem-se em vão
doentio consolo em meio a escuridão

Sonhos, os tão sonhados sonhos
onde o choro persegue
onde tudo que é vivo morre
onde o fôlego se dissolve
onde a realidade abraça a ilusão

Sonhos...
os tão sonhados
sonhos

São apenas crianças perdidas...
perdidas na solidão.


Magno Pinheiro