21 abril 2006

Areias do Tempo

Areias do Tempo

Deixe as areias do tempo levarem a sua presença
assim como o tempo apagará as pegadas do andarilho da noite...
Deixe que o sopro de tuas velas vague pelas praias
procurando o sonhador que perdido em suas fantasias
pueris e insolentes, vislumbrará com o mesmo olhar de uma criança
o contorno de suas mentiras, desenhos sem padrão
que apenas escurecem ao passar dos anos
e se tornam parte de sua sombra
que já não molda mais o teu corpo,
e sim a sua alma distorcida e estampada
do tom mais negro de suas palavras.

...

Chorará agora com o tempo que passou
teus últimos passos e lembrará das areias do tempo
que levaram a tua presença para além da noite,
aonde o dia vem pincelar no céu
seus primeiros tons de verdade

e assim encontrará o teu caminho perdido
e verá que sua sombra nunca te abandonou,
mas sim implorou pelo teu perdão por ser refém
de sua limitada vontade suscetível
aos prazeres da vida que ainda
vagam no teu ser...



Magno Pinheiro

13 abril 2006

Uma Carta com um fim...

Uma Carta com um fim


À minha doce charada
que fez com que eu serrasse meus olhos
me entregando a miséria dos fatos,
a verdade sem destino
um frívolo engano

...

Destino tuas palavras
ao seu enterro, ao seu próprio fim
como uma lâmina sem fio
cega , doentia...

...

Servistes apenas ao teu gosto
sabor amargo que dilacera sua lingua
e dilata meu peito
com um grito sem eco
agonia...maldita agonia

...

Ferve no teu peito o desespero,
mais uma canção de ninar
sufocada pela sua ignorância
discrepância admirada pelo eterno sonhador

...

Agora chore , apenas chore....
chore a chuva,
que molhará o seu jardim
sem vida e repulsivo
apenas chore ...
e esqueça...
de mim....



Magno Pinheiro

09 abril 2006

Desejo Carnal

Desejo Carnal


Te abraçarei, nos campos verdejantes
louvando tua carne,
me entregando as suas curvas
me embriagando em seu prazer...

Rastejarei em sua pele
sentindo o fogo de sua paixão,
que clama pelo meu corpo
que apagará sua solidão

Sufocarei o teu peito
arrancando suspiros de prazer
me deleitando em seus devaneios
sentindo o teu corpo tremer

Atravessando os teus vales
o teu gosto irei saborear
te guiarei a perdição
que só os meus lábios podem lhe dar

Deslizarei pelas suas estradas
Mas qual caminho deverei tomar ?
Esquerda ou Direita ?
O que importa ! Ambas irei deliciar !

Retornarei ao caminho,
que me levará ao destino final
onde o fogo arde
onde o desejo é carnal.


Magno Pinheiro

06 abril 2006

Sono pesado

Sono Pesado


Acordando de um sono pesado
Embalado pelo perdedor
Sofrimento exacerbado
Uma forma de amor

Vagarosas melodias
Ecoam pelo ar
Sonolento é o destino
De quem se prontifica a amar

Mentes destruídas
Pela retorcida escravidão
De um sonho sem fim
Sem começo, sem perdão

Misterioso é o afago
De quem não conhece o refrão
Repita em sua mente :
O seu fim é a solidão.


Magno Pinheiro