19 outubro 2007

Cada pedaço de mim

Cada pedaço de mim


Cada pedaço de mim
agora transpassa um desejo...
sente falta do seu carinho
falta do seu anseio,
do seu seio...
que me acalmava quando estava por perto
que me enlouquecia, que me inquietava
que me fazia delirar...
e quando a sua boca
ah ! a sua boca...
quando essa, eu não podia tocar
a minha dor aumentava,
a minha decepção aumentava
a minha solidão aumentava...

A minha...a sua...
A nossa boca...

Elas se clamavam, se desejavam
e aos sussurros proclamavam
o que a respiração ofegante conduzia,
como em um início desesperado
como em um desejo retraído
o que por toda a vida não se podia evitar...
o encontro de duas almas famintas
pelo doce sabor dos lábios
que envoltos em uma líbido sem fim
saboreavam o doce sabor do pecado...

Elas se esfregavam, se tocavam
se amavam, se libertavam

O fôlego agora já não existia mais
as almas já habitavam juntas
se uniram, se amaram,
e da noite onde já não existia mais o luar
se fazia o dia, onde o sol já se fazia notar,
e agora cada pedaço de mim te deseja ainda mais
como um vício juvenil, como um amor primaveril
que não deseja ser apenas estação,
muito menos uma simples sensação
e que se deseja a cada vez mais
como a rocha que adorna fixa o solo
como o reflexo da lua que prateia o mar

Te desejo...e venero o agora
minha doce dama,
minha chama insana
que me incendeia e
que me faz delirar.



Magno Pinheiro

13 outubro 2007

Há um motivo

Há um motivo


Há um motivo,
para andar no escuro
para sumir em seu mundo
para negar as cores
para morrer e deixar de sonhar

Há um motivo,
tão só motivo
que tão sozinho abala
que tão sozinho sofre
que tão sozinho deseja estar

Há um motivo,
que deseja
que se entrega
que deseja
que sua lágrima não encontre o mar

Há um motivo,
que de tão sozinho
se perdeu no perigo
na prisão, no castigo
de esquecer o que um dia...

foi o brilho de seu olhar


Magno Pinheiro