14 novembro 2008

Vulgo Desejo

Vulgo Desejo


Não se afaste mais de mim
Menina, aqui estou, em frente ao teu olhar
Te procurando mesmo em sua frente...
Desejo o teu olhar de outra forma

Forma que tu deseja criar
Com tuas mãos nuas e cruas
Criando o mesmo nú que habita o meu corpo
Por debaixo de panos...

Onde tuas mãos possam alcançar
Carinhosamente tocar,
De forma livre, mas ainda tímida
Curiosidade sublime almejada em mim

Cria de seu encanto, que deseja amar,
Sair das cobertas e não mais acobertar
Aquele teu desejo insano que um dia instiguei
Por te descobrir viva nas quatro linhas

Do salão que hoje ganhou o teu cheiro
Com a qual pintou as paredes
Com as formas do teu corpo
Impressas e vivas, tão vivas

Que busco ser o construtor de mais
E mais, o arquiteto de tua morada
Aquele que irá esfregar em seu peito
O vulgo chamado desejo

Que no meu toque, brasa viva
Marquei em tua pele,
E fiz dela a minha propriedade
Onde tu jamais de outra forma

Prazer igual sentirá...


Magno Pinheiro

13 novembro 2008

Pelo teu toque

Pelo teu toque


Seu toque doce e repentino
Me fez despertar de um sonho
Que sonhei até o momento de te encontrar
Tão vivo fiquei ao te ver

Que desejei nunca mais sonhar
Para somente nos teus braços me findar
Criar um lar, fincado eu teu laço
Que aquece o meu lado

Que não ficou de lado, com o teu despertar
Sei que despertou ao me encontrar
Pois sonho tu eras, até me encontrar
Um ao outro, o outro que completa

Que faz o desejo de procurar
Pelo toque, por um simples toque
De um par de lábios quentes
Sedentos pela saliva, que uma vez morna

Encharca de prazer o desejo do outro
Tão quente, molhado, pulsante, vivo
Faz minhas palavras divagarem
Procurando saber se vão existir

Ou se o sussuro por elas, trocar
Fazer da linguagem uma vez secreta
O teu soar, como um gato que ronrona
E por carinho procura...por você

Que me arranha, me marca
E me delimita como seu território
Separando pelo teu desejo, o prazer
Onde virá mais vezes a instigar

Repetidas vezes a instigar
Quando souber que o meu fôlego
Esse...Já não posso mais segurar
E novamente a linguagem secreta

Ao pé do teu ouvido virei a citar
Lentamente, como aquele que está aprendendo a falar
A língua que você sempre desejou dominar
E que ensinarei, pelo teu toque, toda vez que desejar

Pelo teu toque.


Magno Pinheiro

Viver por ti

Viver por ti


Toda espera, mesmo a dela
Faz com que eu veja nela
Um doce pedaço de mim

Imortalizo, amor mestiço
Me deu as cores que preciso
Teu quadro pintarei em mim

Com essa tela faço dela
Amor em forma de aquarela
Um pôr-do-sol pintarei pra mim

Ah...o amor..

Que descobri em teu abraço
Foi melhor que o espaço
Que a saudade deixou aqui

Não quero viver o amor sem ela...
Se por ela...

Todo o amor que eu senti
Foi só por ela, por ela
Quero ser a cor que pinta
A sua tela, sua tela

Pra que veja que o melhor
É viver por ti.

Magno Pinheiro

12 novembro 2008

Um final só para mim

Um final só para mim


Passos largos, nesses passos
Onde trouxe mais a mim
Seus lábios, de cor de carmim

Seja a rosa, mesma rosa
Cante em verso, rima e prosa
Pro amor não se afastar assim

Que dia é hoje eu já nem sei
Mas o céu não ficou assim
Escuro pedaço de mim

Não quero ver o sol assim
Iluminando estradas sem jardim
Não quero ver você assim

Sem ter você em meu encalço
Peço, rogo em vão por ti
Mais um quando, a memória irá trazer para mim ?

Por onde sei que já passou,
Os passos marcados não vão deixar
De percorrer caminhos, no passado

E hão de voltar a ela, tão bela
Por isso rogo ao Deus dessa novela
Para criar um final só pra mim.


Magno Pinheiro

10 novembro 2008

Palavra nº2

Palavra nº2


Cortado por palavras frias,
Coloco-me no lugar em que deseja trancar
Insanidade impertinente, desejo latente
De vivo esta...vivo a enganar

No teu logradouro, marcado
Rabiscado por tuas leis
Um estranho no ninho
Confinado em um louco momento

Surreal é o engano,
Real é o engano,
De acreditar que somos reis
Mesmo que sem palavras fincamos

Em nosso solo, um estranho desejo
De fugir pelo o que foi por tua palavra
Ditado, marcado, rabiscado em sua mente
O que a palavra fria chegou a cortar

O calor de um momento
Que no meu canto pôs
Sozinho, sem o calor de palavras
Que me fariam te procurar

Frias...
Em algum lugar...
A procurar...
Palavras...


Magno Pinheiro

09 novembro 2008

Palavra

Palavra


Antes de tentar desenhar linhas no infinito,
Vesti minhas asas e cantei minhas palavras
De uma maneira sutil, envolto apenas pelo desejo
De buscar o que estava tão próximo de mim

O gosto por tí, a qual dominei desde o primeiro momento,
E que a mim pertenceria, independente do tempo,
Em que as horas iriam brincar, nas escadas da existência
Onde foi guardado o meu primeiro som

Tão vivo, expansivo, que a mim não deveria guardar,
E ao vento novamente deixei partir,
E com a ajuda daquelas que iriam me ajudar
Novamente as vi partir, duas vezes em meu peito

Senti o fôlego se renovar, e por mais que eu deseja-se
Parar o tempo só para ter o prazer de novamente pronunciar
Ela partia, como um pássaro, contente pela liberdade
Que desde o berço ela nunca deixaria de honrar

E és livre, tão livre que te lembro
Que tudo o que fiz por ti, foi apenas te criar
Em um berço quente, lar gentil, peito amado
Onde se um dias retornar, novamente irá se criar

No infinito,
Nas asas da liberdade,
Palavra, minha cria...
Palavra...


Magno Pinheiro

01 novembro 2008

O Pulsar

O Pulsar


Abro para ti o meu peito,
Deixo pulsar em tuas mãos,
Instrumento com que faz o teu destino
O meu precioso tesouro

Que julgo ser puro,
Intocado pelo desejo de não amar
De não desejar me embriagar
Na altivez do amor

Que me leva para o céu
Que rasga nuvens, palavras, limites
Que me faz conversar com o mar
E que pelo mesmo, sinto o desejo de me levar

Ao infinito espelho, de cor azul
Aonde vi tua alma, ao longe
Procurando a minha e me fazendo
Te procurar, tão viva em mim

Que sinto que o pulsar
Não era o do meu coração
Mas do teu, que ensinava o meu a bailar
No mesmo ritmo, tão compassado, tão amado

E acariciado por horas e horas,
Eternidade que não conhece o fim
Onde o teu nome é tudo, e na ausência se cria o nada
Momento inoportuno onde do peito nasce saudade

Ah ! Saudade...
Saudade do tempo onde eu não sentia saudade
Pois tu eras a dona das horas, das caminhadas
Que me levavam até ti

Com tua voz de anjo,
Melodia sem afonia
Proferida pelo teu instrumento
Que guarda a palavra que me fez abrir

E encaixar em tuas mãos
o pulsar de meu peito
Amo-te...
Dona do meu coração.


Magno Pinheiro