Febre Interna
Febre interna, Língua quente,
Apenas uma condição de harmonia
Desenfreada, desejo de cura
Vem e apazigua o que sinto
Dê-me uma nova condição de dizer
Preciso, cansado de repetir
Aonde foi parar a pergunta ?
Palavras se vestem de fugitivas
Listradas, monocromáticas
O que desejam enxergar ?
Nesse louco paradoxo,
Aonde vejo o que tu pode falar
Febre interna, temperatura que sobe
Amolece o coração, o corpo, a alma
Necessidade desenfreada, descanso
Vem e apazigua o que sinto
Me arrasta para longe da indiferença
Dessa condição insana, aonde o calor
Vira o inimigo, sobe sem consultar
Consulta apenas a necessidade egoísta
De se fazer sentir, sem identidade
Só necessidade, brincando no escuro,
No escuro noturno de um corpo
No interior, abrigo oculto
Aonde tu, Febre interna,
Língua quente, ambas em harmonia
desenfream palavras, pedindo,
imploram, para te ver passar.
Magno Pinheiro
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