20 fevereiro 2010

Ninguém sabe

Ninguém sabe


A manhã vem, renovando o dia que se foi
o sol sobe, removendo o pálido escuro
dentro do seu universo palarelo
aonde tudo pode ser o que se pode ser

Ninguém mais sabe, só se sabe
o que cada um pode saber
tentativas de dizer, ocultar
voando através de idéias

Nuvens feitas de seres estranhos
passeando através de multidões
cada um acomodando, tomando como seu
o ar que suspirava um outro alguém

Misturados, como um turbilhão
um rodamoinho no mar gelado
que um dia teve o calor, sem som
sem cor, salinas

Aglomerado branco, teu tempero
talvez um gosto sem gosto
do que se deseja sentir
não sentir, inerte no querer

Assim como o medo de se ver
aquilo que os olhos fechados
não desejam ver, câmaras escuras
sem se renovar, lareira sem fogo

Sem o sonho, em forma de névoa
que nublava aquele amanhã
aquele distante amanhã
sem o renovar do brilho

Do sol...que um dia desejei.


Magno Pinheiro

Um comentário:

leilaalmada disse...

Gostei de ler aqui..Acho que volto mais vezes! :)