23 maio 2009

Diferente não haveria de ser

Diferente não haveria de ser


Eu esperaria, mas obrigaria o tempo a se curvar a minha vontade
Esqueceria a dor em busca de uma verdade, que só ao lado da minha metade
Eu posso ter, em um campo sem limites, minha voz engrandece sem limites
Por saber que no eco do eterno, teu nome se sobressai, vívido em minha alma ressoa

E povoa a minha mente, criam-se palavras, donas de sentimentos
Todas voltadas para tí, todas procuram por tí, de joelhos
Olhando para uma esfera no céu, tua íris enxerga
Ao longe, a simetria, as formas da musa que irei reverenciar...

Diga, se lá posso, contar histórias, fábulas "do sem você"
De um escritor insano que vivia contando histórias, dramas
Se fantasiava de melancolia, e quando as cortinas abaixavam
E encostavam naquele chão, onde a poeira adornava o passado

Diga, se lá posso, ridicularizar aquele personagem, amargo
Vazio, impuro, esquecido, mergulhado em sí, sem sabor, fôlego...
Me foge, me esquece, não me procura, porque compreende
A falta que faria, ao invés de belas, vazias palavras pronunciar

E em gargalhadas mergulho, quando me dou conta do que realmente deveria falar,
Sobre você !...Sim minha luz, aquela que guia os meus olhos...minha luz
Verdadeira, dona, verdadeira dona do meu olhar, outra dona não haveria de ter
Pois sabes que soberana reina em meu olhar, e sabes que diferente não haveria de ser

E sabes,
que diferente,
não haveria de ser...


Magno Pinheiro

19 maio 2009

Reflexo

Reflexo


Um reflexo escuro, evitando um novo mundo,
Blindei os teus olhos com uma verdade tão cega
Que não sei no que acredito, no que quero acreditar

Brincadeiras que faço com os meus olhos
Seguindo um impostor, um falso amigo
Aquele que me acompanha, que me leva a desacreditar

Em maneiras de se expressar, impuro
Demente, livre da sóbria racionalidade,
Seria tão estranho se não fosse verdade ?

Me fazer guiar um doce alarde
Aquele que precisa dos meus cuidados
Que ludibria uma escassa vontade

De mais uma vez escolher a realidade
Como fonte de minha explícita ignorância
A falta do querer dizer, as vezes mata

Morte matada, morte morrida
Vingada pelo próprio arrependimento
De acompanhar o dia-a-dia

De um cansado andarilho, que procurou
E no mais, sempre encontrou aquilo
Que os seus olhos sempre puderam ver

Um reflexo escuro,evitando um novo mundo


Magno Pinheiro

17 maio 2009

Um Silêncio que fala

Um silêncio que fala


Por dizer o que não queria escutar
nem a mim agradei quando disse,
besteiras, inúmeras, difícil era te agradar
por medo de mim mesmo, por medo de não te ter

Tudo o que você desejava, era um beijo
o mais direto e rápido o possível,
para a tua boca calar, aquele sussurro alto
em que você dizia, me beije

Diga o que tiver que dizer,
com os lábios juntos aos meus
Diga o que tiver que dizer,
mas esteja certo, do nosso tempo
nunca perder...

E eu inseguro, preso, em apuros
não sabia pode onde começar
teu olhar me instigava, mas uma palavra eu procurava
o que eu teria que falar pra essa situação contornar ?

Não era a dúvida que te consumia, certa do que queria
você deixava claro no olhar, no seu jeito sensual
seu sorriso que timidamente se transformava
em um convidativo caminho para o bel-prazer

Diga o que tiver que dizer,
com os lábios juntos aos meus
Diga o que tiver que dizer,
mas esteja certo, do nosso tempo
nunca perder...

Agora grito em silêncio, conflito interno
no será me vejo, copiando idéias do meu imaginativo
um passo de cada vez, no aproximar, te ver,
bem de perto, com um olhar a qual quero vivenciar

Suspirando, longe do imaginário, te sinto
bem de perto, e bem perto te desejo
me distancio do não falar, no que desejas
com meus lábios silenciosamente irei falar

Diga o que tiver que dizer,
com os lábios juntos aos meus
Diga o que tiver que dizer,
mas esteja certo, do nosso tempo
nunca perder...


Magno Pinheiro

14 maio 2009

No Horizonte que é Belo, Você

No Horizonte que é Belo, Você


Algumas vezes olho para aquele lugar,
uma janela brilha, e no horizonte que é belo
mostra um sorriso, um sorriso teu, querendo o meu

Buscando ressaltar em cada palavra, um afeto
que te mereça, que me mereça, que nos una
em um lugar onde não exista o espaço

Tão longínquo por assim dizer, mas tão próximo
quando os corações se encontram, em sonhos
em desejos próximos, a pouco tempo estou

E quando a hora chegar, o tempo tende a parar,
retroceder e novamente passar, tudo em função
de uma vez mais...você

Você, que me faz parar e desejar o amanhecer
ao teu lado, com um sorriso despertar
e descobrir que o eterno pode ser mais do que o eterno

E quando a hora chegar, o tempo tende a parar,
retroceder e novamente passar, tudo em função
de uma vez mais...você

No meu peito morar, no teu peito morar
uma vez mais em teu olhar o meu sorriso estampar
e no meu olhar o teu olhar nunca deixar escapar

E quando a hora chegar, o tempo tende a parar,
retroceder e novamente passar, tudo em função
de uma vez mais...você


Magno Pinheiro

09 maio 2009

Está tudo bem...

Está tudo bem...


Quanto tempo demora, para a hora passar
espectativas e ideais, nada pode atrapalhar
não vejo outra chance, senão tentar
entre as escolhas erradas, a certa é a tomar

Mas está tudo bem, está tudo bem...
por que se distanciar do que desejo tentar ?
não existiria o amanhã, se tudo na expectaviva do hoje
viesse a acabar
está tudo bem, está tudo bem...

Por mais que se encontre em dúvidas, não há o que negar
todo sopro pronunciado, todo bordão cantado, vira refrão
em um futuro próximo, melodia sinuosa não irá faltar
em tua mente, corpo e alma, irei no desejo me instalar

Mas está tudo bem, está tudo bem...
por que se distanciar do que desejo tentar ?
não existiria o amanhã, se tudo na expectaviva do hoje
viesse a acabar
está tudo bem, está tudo bem....

Mas esse não é o lugar, essa não é a hora
para aclamar a escolha que você deseja tentar
sabe que o tempo é incerto e que no passar das horas
tudo pode acontecer, e que querendo ou não eu irei pronunciar

Mas está tudo bem, está tudo bem...
por que se distanciar do que desejo tentar ?
não existiria o amanhã, se tudo na expectaviva do hoje
viesse a acabar
está tudo bem, está tudo bem...

Está tudo bem...
Está tudo bem...
Está tudo bem...


Magno Pinheiro

08 maio 2009

Lado Negro

Lado Negro


No seu lado oculto, a noite encontra
o seu inconsciente, velado pelo lado negro
seu negro lado, estranho a todos, mortificado
pelos teus olhos temerosos, aquilo que não se deseja ver

Envolto em seu véu de mistérios, criaste um mundo a parte
longínquo, ilusório, pronto para o encontro de sua mente
que se transforma em um andarilho das idéias pintadas
pela cor que deseja nessas horas, iluminar o estranho

Aquele estranho, nada mais do que um estranho,
de personalidade, de vontade, por acaso...?
dúvidas sobre o que representa, ou se realmente representa
não saber, o não falar, mas a mente engana, ela deseja

E quer falar bem alto, para sí, para todos, curiosa
EU ESTOU AQUI ! só não posso me ver, me oculto
mesmo querendo ser vista me oculto, conflito natural
conflito gravitacional, que mesmo estando acima

Te atraio, quebrando as leis da gravidade
para clarear os teus olhos com meus encantos
mexer com sua mente que se engana ao querer
ao tentar me conhecer, onde no meu mundo

Tudo o que conheço, é o meu lado negro.


Magno Pinheiro

03 maio 2009

Por onde quer que eu vá

Por onde quer que eu vá


Sinta o vazio, que abraça o ar que respiro
Como um espinho, vem a censurar o meu peito
Me privando de dizer outro nome senão o seu

É como um milagre, que resplandece,
Que venho a pedir incessantemente em sonhos,
E em meus sonhos sei que logo virá

Venha, como um pedaço do infinito, me procurar...

E então eu me inclinarei sobre os teus passos,
Deixarei o meu corpo tocar a sua sombra
E suavemente me deixarei levar, por onde quer que vá

Suando, sentindo calafrios, mergulhado em sensações
Implorando por uma nova pele que possa me afastar
da sensação do frio que sem o teu toque venho a amargar

Venha, como um pedaço do infinito, me procurar...

E então eu me inclinarei sobre os teus passos,
Deixarei o meu corpo tocar a sua sombra
E suavemente me deixarei levar, por onde quer que vá

Assoprando para longe, as palavras que não desejo
Se deixando levar, para longe dos meus anseios
É a você, a quem prometo eternamente o som das ondas do mar

Venha, como um pedaço do infinito, me procurar...

E então eu me inclinarei sobre os teus passos,
Deixarei o meu corpo tocar a sua sombra
E suavemente me deixarei levar, por onde quer que vá


Magno Pinheiro