29 janeiro 2009

Sopre a noite

Sopre a noite


No momento que vai,

No momento que vem,
Te jurei palavras

Pro tempo fazer,
Pro tempo passar,
Eterno zelo ao viver

Infinito finito
Que dura no passar das horas
Nas horas, contigo me perder

E me achar, no raiar
De um sol que vem vindo
Iluminar o que na noite

Os nossos corpos vieram
A iluminar, duas estrelas
A beira do mar, a beira do mar

Cantiga que marca,
Repete e ecoa,
Voa na mente, veleja no mar

Feliz por dizer,
Palavra no peito
Que não quero deixar de falar

Então vem, aliviar
O que na pele queima
Sopre palavras contra o meu corpo

Acalme o que não quer se acalmar,
Te procurar no viver, calor
Abrasador e vivo, sopre

Sopre a noite de perto pra longe
e o dia de longe, de longe
Pra perto de mim...


Magno Pinheiro

Vem luar

Vem luar


Vem luar, luar no céu
Ser a dona do ar
Me prender, me encantar
Me fazer sorrir, me fazer chorar

Me despertar a emoção
Ser a dona do momento, da noite
Ser a dona da razão
De te olhar, venerar

Encontrar no teu brilho
No teu reinado, a magia do amar
De esperar, novamente
O passar da horas

Para mais uma vez
O meu amor
despertar


Magno Pinheiro

23 janeiro 2009

Me Alimente

Me Alimente


Me alimenta o desejo
Faça juz ao sim
Entregue à carne farta
Sedenta, sem um pingo a mais de suor

Se esgueirando, procurando,
Matar a sede, se embebedando
No suor que parte do meu corpo
Que alivia, e faz pedir mais

Uma vez mais, o mesmo dia a mais,
Uma vez por dia sem o dia terminar
Um dia sem vez de terminar
Um suspiro, onde a palavra não é dona de nada

Que se queira perder
Que não se queira ganhar
Disforme, afônica
O que se deseja falar ?

Nada...se deixe levar
Pura em desejo, forte
Alucinante, insana
Sufocante...

Ah...!

O corpo descansa
Emana cansaço
Devaneios febris
Sorrisos sem início e fim

Fome...
Fôlego...
Me alimente...
Desejo...


Magno Pinheiro

22 janeiro 2009

Em direção ao Todo

Em direção ao todo


Sono, ao inverso
Cores do universo
Em minha janela vejo
Nuvens a esbranquiçar

O barro sem a cor de barro
Que visita o meu céu em formas
Onde a minha imaginação pode voar
E moldar tudo o que eu quis sonhar

Um pouco mais, se deixe levar...

Assopre-me em direção ao todo
Tudo o que eu quis foi sempre estar
Longe e perto do seu mundo vizinho
O que mais esperar se não sonhar ?

Eu sou o que eu desejei
Junto ao céu me deixei levar
Me esculpi em palavras perdidas
Aonde os seus olhos não puderam tocar

Se não o azul, o branco poderia ser
O seu novo quadro de desejos
Aonde nele poderia criar
Com tuas mãos nuas, o que sempre quis

Um pouco mais, se deixe levar...

Assopre-me em direção ao todo
Tudo o que eu quis foi sempre estar
Longe e perto do seu mundo vizinho
O que mais esperar se não sonhar ?

Perto de se levar
Um pouco mais
No universo
Esperando um olhar

Um pouco mais, se deixe levar...

Assopre-me em direção ao todo
Tudo o que eu quis foi sempre estar
Longe e perto do seu mundo vizinho
O que mais esperar se não sonhar ?


Magno Pinheiro

17 janeiro 2009

Um Sereno e Amável Olhar

Um Sereno e Amável Olhar


Aqueles olhos,
Aquele olhar,
Tão transparente
Olhos feitos de vidro

Janelas curiosas
Pares indecisos
Fitam o mundo
À sua maneira

No seu tempo
Na sua vontade
No seu horizonte
À sua maneira otimista

De encarar e ser encarada
De viver e ser vivenciada
E sem querer esconder o seu interior...
Você diz, me decifre

E eu curioso, incentivado
Busquei dentro do teu olhar
A resposta que saciaria tudo o que eu gostaria,
E que era...

Te dizer...
Que desde o encontro dos olhares
O que eu procurei,
O que eu sempre procurei

Foi o seu sereno e amável olhar...


Magno Pinheiro

16 janeiro 2009

Você já...

Você já...

Você já teve a sensação
De andar a sua volta
E se perder em um caminho
Que você mesmo criou ?

Você já sorriu para o espelho
Esperando que aquele sorriso
Fosse compreendido por um outro alguém
E que ele eternamente não viesse a acabar ?

Você já mentiu para sí mesmo
Esperando que os seus sentimentos
Se esquivassem daquilo que você nunca
Mas, nunca desejou sentir ?

Tudo bem, estamos vivos
Não adiantaria negar
Todos já passamos por isso
E nem por isso vivos deixamos de ficar

Você alguma vez já teve a sensação
De acordar sozinho, no escuro de sua mente
E procurou no seu íntimo, a luz
Que a escuridão viria a afastar ?

Você alguma vez já se esqueceu de chorar
Quando percebeu que naquele momento
Tudo o que você precisava era lavar
A cena que os seus olhos não quiseram acreditar ?

Você já olhou para o céu
E percebeu que naquele mesmo céu
O seu outro olhar, um passado olhar
Ainda estaria lá, te esperando retornar ?

Tudo bem, estamos vivos
Não adiantaria negar
Todos já passamos por isso
E nem por isso vivos deixamos de ficar.


Você já...?


Magno Pinheiro

15 janeiro 2009

Coração

Coração


Caminhe para perto do meu peito
Pelo rio vermelho, vitalício,
Rubra vestimenta que adorna as paredes
Fendas por onde se estendem a sua passeata

De importante valor, caminho sem dor
Atino vertiginoso, apertado
Aquecido, acalentado, onde te acalmo
E te vejo por dentro, a velejar

No espaço que fazes de teu espaço
Mapeado pelo desejo de encontrar
Aquele cantinho, teu tesouro
De maior valor que o ouro

Possa algum dia imaginar,
Onde virá a roubar,
O que sempre foi teu
Teu presente, teu bem querer

A tua metade, a sua verdade
A nossa verdade, em uníssono
Ao teu lado bater e proclamar
Coração...Coração...Coração...


Magno Pinheiro

13 janeiro 2009

Veja a noite

Veja a noite


Veja a noite...
Uma beleza negra, auspiciosa
Que caminha por entre dois horizontes
Ostentando um véu de mistérios

Nunca antes sonhados,
Mas imaginados por aqueles
Que se inclinaram a sua beleza
Ao teu reino que pernamece por horas

Escondidas do dia,
Nas horas trançadas
Na metade dos retalhos
Que formam ao longe teu pedaço

De paraíso, velado por uma luz
Pálida luz, que prateia o meu caminho
Que não seria outro, se não te venerar
Eternamente te venerar...

Mesmo ao longe,
A Dama de preto, com o seu sorriso
Só quer me presentear
Veja a noite...


Magno Pinheiro

04 janeiro 2009

Partiu, de mim...

Partiu, de mim...


Ah, como era bom cantar
Pro passado esquecer
E ver o céu brilhar
Bem longe do viver

De histórias que herdei
Poemas que escrevi
Cantei só por cantar
Pra não perder de vez

Aquele teu olhar
Que ao longe fui buscar
Por ter o amor,
Que não sonhei

Vivi assim,
Ao colo teu
Foi bom te ter
Tão doce em mim

Meu céu, meu mar
Criaste em mim
O ardor do amor
Que logo mais

Partiu, de mim...


Magno Pinheiro